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    [#04] Turno livre - Fora da Nave

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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por oreobiscuit Qua Fev 15, 2017 6:58 pm

    Com os pés descalços contra o chão gélido e sem vida, os braços cruzados diante dos seios e a expressão torcida em uma careta desgostosa, Órion finalmente percebeu-se diante de seu destino. Não o enxergava, obviamente - incapaz de fazê-lo há tantos anos, que sequer sentia mais por sua visão perdida -, porém, para qualquer pessoa com um nível espiritual levemente elevado, era fácil notar a concentração absurda de energia existente naquele ambiente em específico. Além disso, podia ouvir a voz de Pwairu em sua cabeça, alertando que havia chegado ao local correto, em meio às constantes reclamações sobre o que havia levado a guerreira a viajar para tão distante. A mulher suspirou pesadamente, cortando a ligação com a deusa de sua tribo por alguns momentos, em busca da paz que tanto precisava, e para focar no que tinha diante de si.

    Por mais que admirasse o excesso de energia que vinha do local – e ao ponto de involuntariamente aquecer as mãos, estalar os dedos e sentir vontade de desafiar cada um dos moradores de lá -, não conseguia deixar de odiar o cheiro do mesmo. O ambiente cheirava a morte, e não por possuir o odor de pessoas ensanguentadas ou em decomposição, mas, sim, pelo gelado que irritava seu nariz e pelo excesso de metal que podia farejar ali. Desagradável, e sua face foi torcida mais um pouco.

    Com seus sentidos apurados, também captava bem sua incapacidade de simplesmente adentrar aquele local sem ser notada. E, mesmo que em outras ocasiões não se importasse com isso – até gostava, fazia tudo um pouco mais divertido -, sabia que ali não daria um passo sem correr um risco absurdo de perder a vida. Interessante - decidiu, meneando a cabeça em aprovação -, mas não menos frio e fedorento.

    No entanto, era um pouco estressante para si notar como era alvo de diversas atenções logo na entrada do ambiente. Provavelmente, a segurança do local, que, ao invés de imediatamente questionar o que uma forasteira estava fazendo ali, continuava com sua ronda, ignorando claramente a figura que, muito infelizmente, precisava de um mínimo de suporte. Oras, Órion já havia percebido que para a maioria das pessoas não parecia ser deficiente visual, mas ainda era incapaz de ler o ambiente da mesma maneira que o povo residente de lá, e... Eles não tinham como saber, mas que se fodessem, ainda queria ser atendida imediatamente.

    Com um som irritadiço escapando de seus lábios, a mulher voltou o corpo para a figura mais próxima a si. Imaginava ter assustado a pobre pessoa, já que ela parecera dar um mini pulo no local, mas não se importou realmente com aquilo, ao que deixou a voz escapar no seu tom naturalmente agressivo, e banhado no sotaque forte de uma tribo distante. – Ei. Como faço para falar com Nero?
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por taurusnero Qua Fev 15, 2017 6:59 pm

    Enquanto percorria os corredores a passos muito mais rápidos do que os seus convencionais, o taurino se perguntava o que diabos estava acontecendo ali. Certo, havia sido contatado pela recepção, e lhe informaram que havia alguém querendo falar consigo, e até aí tudo bem...

    Na verdade, não.

    Não havia nada de “tudo bem”.

    Desde quando as pessoas o contatavam pela recepção? Poderia claramente justificar o “aahn?” estupidamente prolongado e embasbacado lançado à pessoa que o contatara, como reflexo da surpresa que sentira ao receber aquela informação. Não havia outra maneira plausível de reagir.

    No entanto, assim que escutara o nome da pessoa que o aguardava do lado de fora, Nero não conseguiu fazer mais do que engasgar com a própria saliva, tossir desesperadamente contra o comunicador, enquanto anunciava - da melhor forma que podia -, estar seguindo ao encontro da visitante inesperada. E o que diabos Órion estava fazendo ali? Das duas, uma: ou ela estava com ódio de alguma coisa que havia feito de errado, e estava ali para exterminá-lo de vez, ou havia algo de muito errado acontecendo. De qualquer maneira, o taurino começou a suar em um singelo desespero. Por que não poderia conhecer menos sua irmã, e apenas acreditar que aquela era uma visita de rotina?

    Bom, ao menos aquilo lhe dava uma ideia mínima do que precisava fazer. Ainda no seu caminho para o ponto de encontro, tratou de contatar Rin, informando-o que, muito provavelmente, havia algo de errado, e, que, definitivamente, precisava que o outro líder o encontrasse na recepção da nave. Após encerrar o contato com o loiro, deixou um suspiro pesado escapar dos lábios, ao que ligava para o próprio marido. Se havia alguém que adoraria aquela visita, bem, seria o próprio cúmplice de sua irmã. E mesmo ciente de que o assunto provavelmente era sério, já estava esperando a dor de cabeça que sentiria quando os dois se encontrassem novamente.

    Apenas avisando ao mais novo para aparecer na recepção – não estragaria a surpresa, seria triste fazer isso -, desligou o comunicador para focar nos últimos segundos de caminhada antes de, enfim, encontrar a figura mal humorada parada rente ao balcão de informações. Aproximou-se rapidamente, porém tudo que conseguira fazer ao dar de cara com sua irmã - que não via há meses, valia ressaltar - fora deixar a voz escapar mais alta que o natural em uma pergunta exposta em sua língua mãe. – [O que você está fazendo aqui?]
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Rin Damien Seg Fev 20, 2017 5:02 pm

    Em qualquer instância de emergência, relacionada ao trabalho de defender a nave como uma de suas fontes de segurança principais, o guerreiro de Virgem deveria deixar qualquer atividade em que estivesse ocupado para cumprir com os deveres militares. Era surpreendente, então, que os trabalhos que possuía nunca tivessem se cruzado. Havia supervisionado a equipe médica durante anos, e de algum jeito, monstros e situações perigosas sempre apareciam quando não estava fazendo nada demais.

    Com a atenção presa a relatórios do que médicos fizeram naquela semana, incluindo estados de pacientes e diagnósticos providos, Rin quase tomou um susto ao que o barulho do comunicador invadiu a própria sala. Quase. Piscando e desviando o olhar para o mesmo, não demorou mais que um momento para responder, ouvindo a voz ligeiramente agitada de um de seus colegas de nave. “Algo de errado”. O suspiro veio antes que o contivesse, não conseguindo imaginar o significado das palavras pouco específicas. Só pelo tom, não deveria ser algo similar ao que lidavam constantemente, como seus companheiros se envolvendo em brigas que iam além do esperado; ou explodindo partes da nave. Era minimamente incomum terem de falar diretamente com alguém na recepção, também.

    Deixaria aquela parte do trabalho para mais tarde e sairia para ver, então. Não demorou demais fitando o copo descartável vazio na escrivaninha, antes de jogá-lo fora. Tiraria algum tempo para fazer café depois, esperando que não fosse devido ao estresse causado com o que estava prestes a lidar.

    Percorrendo os corredores metálicos a passos apressados, não tentou adivinhar demais o que poderia ou não ser. Preferia não deixar o taurino sozinho por mais tempo que o necessário, já que ainda não tinha ideia do que estava acontecendo, então não demorou a ter o destino em vista.

    Não foi difícil localizar dois corpos ao longe no balcão de informações; um que conhecia, e outro... Com uma semelhança extremamente vívida a ele. A mulher era alta, forte, com pele e cabelo de tom similar ao de Nero. No mínimo, da tribo dele? Ideia que parecia verídica, já que até no corredor anterior ouvira palavras altas chegarem até a si, em uma língua que não conhecia. Franzindo o cenho ao se aproximar, via que Nero tinha a cabeça presa por um dos braços da desconhecida, ainda que não parecesse de todo ser com intenções agressivas.

    Além do mais, se o outro a deixara chegar naquele ponto, então a conhecia bem o suficiente, especialmente por não parecer estar lutando tentando escapar. Contudo, por mais curiosa que fosse a dinâmica, preferia não ter o amigo estrangulado na entrada da nave. Prestava atenção para caso tivesse que intervir, mas denotou a própria presença pigarreando, inicialmente. – É preferível que não demonstrem esse tipo de comportamento por aqui. Boa tarde. – Parecia irônico demais perguntar qual era o problema tendo aquela situação à sua frente. Então, esperaria. Não fora chamado apenas por um conflito amigável ou para conhecer alguém da tribo do mais alto, no fim das contas.  
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Heike_Walker Seg Fev 20, 2017 6:10 pm

    O tom de voz de Nero ao lhe contatar parecia confuso e ligeiramente nervoso, o que só servia para aumentar a irritação do ariano ao que ele desligara sem sequer informar o motivo do pedido para ir até a recepção. Nero nunca ligava. Nunca, fosse por preguiça ou por estar ocupado o dia inteiro, o que só tornava tudo ainda mais estranho. Ao mesmo tempo, se fosse algo realmente importante provavelmente teria sido comunicado por outros meios, talvez um alerta ou coisa do tipo. Por tais razões não imaginava qual seria o motivo daquilo, mas não estava feliz.

    Se encontrava ocupado treinando táticas de combate e estratégia com os soldados, coisa que vinha fazendo diariamente depois de passar tanto tempo longe resolvendo as próprias questões e acompanhando o regente de touro nas dele. Poderia estar fazendo algo mais útil por aí em missão, mas eram ordens superiores que não saísse mais da nave mãe a não ser por questões emergenciais e quanto a isso nada podia fazer. Tinha ficado tempo demais fora e entendia isso, e mesmo que gostasse do combate, já considerava os treinos monótonos e ansiava por algo real. Isso não significava, porém, que gostava de ser interrompido. Gostava ainda menos de ser interrompido e não saber o motivo. Acionando o comunicador com todo o esquadrão de treino, Heike informou sua ausência e distribuiu uma série de ameaças e ofensas para oficiais específicos, sendo recebido com bom humor e animação ao que garantiam o sucesso da simulação. Sorrindo por pelo menos contar com companheiros eficientes, não demorou a se dirigir até onde Nero pediu.

    Era um bom caminho até a recepção, mas isso deu tempo para que se acalmasse da raiva e para que entrasse em contato com a pessoa que acompanhava Himawari durante as tardes. O garoto, tão novo resgatado da tribo de Nero, era esperto e estava se adaptando bem a vida longe da floresta, mas vivia causando problemas por aí como o pequeno pestinha que era. Hoje, no entanto, tudo parecia tranquilo até o momento, assim Heike se viu satisfeito e perdido em pensamentos pelo resto do caminho.

    Dessa forma foi com choque que chegou em seu destino e se deparou com a última pessoa que esperava ver ali: Órion. Ela parecia estar soltando Nero e se virando na direção de Rin ao seu lado com certa distração, e o loiro sentindo uma chama de animação brotar no peito sequer se questionou dos motivos que a levaram a estar ali, somente aproveitou a chance rara para voar na irmã do taurino com toda a velocidade que possuía para derrubá-la num golpe surpresa.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por oreobiscuit Qui Fev 23, 2017 1:16 pm

    Como ele ousava? Depois de ter atravessado todo aquele caminho para alertar ao seu querido irmãozinho questões que provavelmente o interessariam, como ele podia simplesmente olhar para ela e a questionar daquela maneira? Ele não tinha modos?

    A propósito, quem era ela para questionar algo do tipo?

    Com a expressão torcida em insatisfação, a leonina descruzou os braços que mantinha diante do peito, para que rapidamente os erguesse e os utilizasse para puxar o mais alto e prender sua cabeça entre os mesmos. Falando rápido em sua língua mãe, fez questão de xingá-lo de todas as maneiras possíveis, reclamando seus maus modos, parcialmente desviada de sua missão principal naquele momento.

    Na realidade, o alerta ainda existia bem alto no fundo de sua cabeça, mas faria questão de ensinar algumas coisas para Nero, antes de dizer o que precisava para aquele bosta.

    No entanto, seus planos foram destruídos, ao que percebeu a aproximação de alguém... Alguma coisa muito pequena, realmente, os passos leves denunciando. Porém, não fora pelos seus passos que reconhecera a nova presença, mas, sim, pelo fluxo absurdo de energia que escapava da mesma. Uma energia desconexa, como se fosse estranha àquele corpo, mesmo que, ao mesmo tempo, parecesse estar muito bem adaptada ao mesmo. Um outro alguém residia ali, e, com os olhos estreitos para sua escuridão diária, Órion sentiu-se um pouco intimidada pelas suspeitas que cultivara naquele breve contato.

    A xamã já sabia o que havia encontrado, mas resolveu fingir que não. Agiria normalmente, afinal, aquilo não lhe dizia respeito.

    - O que é essa coisa minúscula, Nero? - Resolveu como a melhor alternativa para continuar, a expressão torcida, enquanto, ao mesmo tempo, evitava virar a cabeça completamente na direção da pessoa desconhecida.

    Porém, e algo mais para puxar sua atenção para um local completamente diferente, tratou de ajeitar a postura ao notar o odor e os passos de uma pessoa que conhecia bem. Um sorriso rasgou sua face, e antes que pudesse ser atingida por Heike, ergueu uma das mãos e prendeu a cabeça do ariano com ela.

    - Você precisa treinar mais mil anos antes de conseguir isso, baixinho.


    Apesar de ser uma estranha naquele ambiente, Órion sabia que a presença daqueles dois significava que Nero os havia contatado por algum motivo, ciente de que sua presença significava uma emergência. Sabia que Heike não era um dos líderes, já que a história do mesmo lhe fora contada por um Nero cheio de amores - perceptível, mesmo antes dele confessar sua relação real com o guerreiro menor -, onde explicou que se tornara líder justamente pelo ariano não mais poder sê-lo. Então, muito provavelmente, aquela coisa ainda mais minúscula era a outra pessoa de importância do local. E, com tal realização, resolveu não mais perder tempo e explicar em palavras calmas - mesmo que estivesse prendendo Heike contra si de forma tão divertida quanto fizera com Nero, somente para provocar aquele que a questionara - o que a havia levado para lá.

    - Há algo de errado na floresta em que se encontra a nossa tribo. Uma energia corrompida, que não consigo compreender direito, e poderosa o suficiente para eu acreditar ter relação com o que já me contou, Nero. Com a missão de vocês. Achei que seria mais correto contatá-los do que tentar lidar com a situação sozinha.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por taurusnero Qui Fev 23, 2017 1:33 pm

    Ser agredido por Órion não era uma surpresa, e, na verdade, já estava mais do que acostumado com a ideia, mesmo não tendo passado a vida inteira com sua irmã mais velha. Perceber a chegada de Rin acontecer junto a uma reclamação também não era uma surpresa, muito pelo contrário, estranho seria se ele visse a situação em que os irmãos estavam sem exercer seu papel de mãe rigorosa. Muito menos era surpreendente ouvir ao longe Heike se movimentar tão rápido, que quase ouviu a barreira do som se partir, e ser impedido de atingir seu objetivo com a simplicidade natural que Órion utilizava para humilhar a todos. Estava tudo dentro dos conformes.

    Ao menos até a mais velha explanar o que a levara até o local. Com a testa franzida, Nero demorou meio segundo para entender porque aquilo soava tão estranho. Órion viera pedir ajuda a si, aos seus companheiros guerreiros, ao invés de agir só contra algo que perturba a energia da região próxima à tribo. Isso era o estranho, o realmente estranho. Primeiro porque Órion não tinha medo de se arriscar quando o assunto era proteger a população de sua terra mãe. Segundo que, com a ajuda de Pwairu, normalmente ela lidava com energias transtornadas com a mesma facilidade com que partia uma maçã ao meio. O distúrbio energético deveria ser realmente intenso para fazê-la abandonar seu papel de liderança e cruzar todo aquele caminho, somente para contatá-los. Mesmo que achasse uma pista válida para a situação que viviam... Ela poderia apenas mandar uma mensagem e informar o resultado da situação.

    Sem pensar muito mais, e abandonando sua irmã com os outros guerreiros, entrou em contato com todos os regentes, informando que deveriam encontrá-los na sala de reunião em trinta minutos, antes de ligar para Abel e informá-lo que precisava conversar com o mesmo um assunto de extrema importância, antes dessa mesma reunião.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Klaus Löwe Dom Fev 26, 2017 12:07 am

    – Klaus não podia reclamar de seus dias na nave, não sair de lá também não era um problema, por ser filho de dois ex regentes (bastante rígidos) os costumes do leonino em sua casa e na nave eram quase os mesmos.
    Acordava cedo, cuidava de sua leoa com quem treinava pela manhã e a tarde fazia seu treinamento individual, onde variava entre estudos da magia e treino físico, levava muito a sério seus treinos físicos e era exatamente em um desses que estava quando atendeu ao chamado do outro regente, uma reunião? Franziu o cenho diante o evento "inesperado" e após checar o horário, deu de ombros brevemente, assim, terminou o treino em dez minutos principalmente por que estava curioso, extremamente curioso a respeito do motivo dá reunião, sem contar o fato de que no fundo, não gostava de saber do assunto com os demais regentes, afinal, deveria ser o primeiro a saber, era isso que seu grande ego gritava.
    De qualquer forma, após se trocar e se arrumar (afinal, jamais apareceria de qualquer forma na frente de outras pessoas) caminhou em direção a sala de reuniões, checando mais uma vez o horário, pontual como sempre o leonino sorriu de forma pequena, adentrando a sala de reuniões onde alguns regentes já esperavam, alguns regentes e..Uma pessoa que ainda não conhecia, o olhar de Klaus foi quase automaticamente para a mulher alta, parecida com o regente taurino, mas que aos olhos do regente de leão era bem mais atraente, o suficiente para até mesmo fazer o leonino esquecer por um momento a curiosidade a respeito daquele encontro e quando finalmente voltou a si, limitou-se a um comprimento simples, enquanto o olhar continuava atento a "intrusa"–

    Boa tarde.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Lavi Strauss Sáb Mar 04, 2017 1:03 pm

    Lavi acordara extremamente cedo naquela manhã, perdeu o sono por algum motivo que não fazia ideia, então decidiu tornar seu dia mais produtivo, não que fosse fazer uma lista de afazeres para o dia, iria apenas, aproveita-lo sem fazer coisas inúteis? Já tinha o costume de acordar cedo, mas três horas antes do usual dava um bom tempo para fazer qualquer coisa, contudo o escorpiano não sabia ao certo o que faria então, tomou uma ducha fria e fez um treino mais intenso que o normal.

    Após o treino foi para o hospital onde passava a maior parte do tempo desde que viera para a Nave Mãe, ser médico não era sua real função ali dentro, mas era o que fazia quando não estava cumprindo suas obrigações como Sabaoth. Função que já não cumpria a algum tempo, aparentemente as coisas estavam calmas.

    Tinha acabado de sair da sala de cirurgia quando Nero o contatou informando uma reunião em trinta minutos. Reuniões entre os regentes eram relativamente comuns, mas essa era extraordinária e pelo jeito o assunto seria sério. Se aprontou rapidamente e foi em direção a sala de reuniões, onde podia sentir presença extraordinária além dos seus companheiros usuais. Quando entrou na sala deparou-se com mulher negra que era bastante parecida com Nero, acreditava que fosse alguém vindo da mesma tribo do outro, aquela mulher exalava imponência, parecia ser alguém agudamente poderosa, focou seu olhar nela por um instante e em seguida voltou-o para todos os outros na sala de reunião. Estava curioso para saber sobre o que se tratava essa reunião, ainda mais tento a presença de alguém além dos Sabaoth, mas isso só seria esclarecido, quando todos os regentes se reunissem.

    - A coisa parece séria. – Disse antes de puxar uma cadeira e sentar-se aguardando os demais regentes.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Katsaros Aya Sáb Mar 04, 2017 3:48 pm

    Pela milésima vez no dia, Aya se levantou preguiçosamente afofando a almofada com as patinhas em movimentos circulares somente para arrumar uma posição mais confortável a fim de prolongar sua soneca, afinal, não havia terminado seu período de “punição” por ter sido pego fazendo uso de magia negra e por isso, encarava os últimos dias de suspensão de suas atividades paralelas ao dever de Sabaoth. Aliás até mesmo sua posição de regente estava posicionada no fio de uma navalha, o mestiço sabia que certa desconfiança ainda pairava sobre si; até então nenhum dos regentes sabia inteiramente a razão pela qual Aya havia deixado sua posição de regente por certo tempo.

    Porém nem todo o tédio foi o suficiente para manter o mago em sono tranquilo, estava agitado demais pra fingir que era só mais um dia de ficar isolado em seus aposentos. Irritado, o libriano logo assumiu a forma humana encarando a sua cara amassada de olhos amarelos e agora pra sempre marcados com uma cicatriz na orbe esquerda. “Cruzes” – murmurou para o reflexo se dirigindo ao banheiro afim de tomar uma ducha e “acordar” de vez. Contudo, antes de iniciar a atividade recebeu o chamado do taurino para uma reunião inesperada.

    “30 minutos? Ah tá.” – disse a si mesmo com tom divertido, Aya imaginou que ia se atrasar, por mais que tentasse o libriano sempre era derrotado pelos prazos e mesmo que tivesse tomado banho e se arrumado o mais rápido possível só lhe restavam 5 minutos do horário combinado. Nem mesmo a preocupação e curiosidade a respeito do chamado foram suficientes para fazer o regente de libra se apressar e ser pontual pelo menos uma vez na vida.
    Assumiu a forma felina na esperança de chegar mais rápido, sentiu alívio ao se aproximar da sala de reuniões e constatar que nem todos os regentes estavam lá, se ele estivesse atrasado não seria o único pelo menos. Antes de entrar no local, Aya abandonou a forma felina cumprimentando um pouco sem jeito os presentes.

    “Boa tarde.” – somente então, o libriano notou um rosto(muito parecido com o de Nero por sinal) desconhecido, sentou-se intrigado com a presença da mulher. Seria ela uma nova regente? Ou o próprio problema que os trouxe ali?

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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Harold Wilhelm Sáb Mar 11, 2017 4:22 pm

    Durante aquela manhã, acontecera algo completamente inesperado no dia e que nunca era um bom presságio pra nada.

    Harold acordara de um sono de seis horas, na cama de seu quarto.

    Não. Isso não era nem um pouco comum na vida do albino. Para um workaholic com crises constantes de insônia e consumo compulsivo de cafeína, era completamente normal acordar com a cara no painel onde ficava boa parte do dia trabalhando. Ou, com a cabeça apoiada na cadeira e de boca aberta para o teto. Ou, na mesa da cozinha. Ou mesmo na sala de treinamento em algum canto de descanso. Não fazia diferença dormir no lugar que fosse, pois a quantidade de tempo que permanecia em “repouso” era curta demais para que atrapalhasse a vida de alguém ou mesmo a própria.

    Porém, dormir por mais de três horas e acordar no lugar propenso para dormir era tão raro quanto o bom humor do capricorniano. E o peso em sua cabeça causado pela mudança repentina logo resultara em uma expressão bem mais ranzinza do que lhe era de costume. Ótimo. Muito bom, mesmo. — Bom dia, Harold.Bom dia é o caralho, não se deu o trabalho de responder à Arthemis, mas ficava o pensamento. — Houve o requerimento de uma reunião pelo regente líder Nero, em seu comunicador, que tomei a liberdade de gravar e confirmar, há cinco minutos e trinta e oito segundos atrás. — Fez um sinal para o holograma que tomara forma ao seu lado, para que rodasse a gravação. Lhe restavam quase 24 minutos para a dita reunião, então.

    Tá. Trabalho era trabalho. Não queria saber de bom dia, nem de arrumar o cabelo, nem de calçar aqueles sapatos que comprara pela internet com promoção de 90%. Harold aproveitou os 24 minutos para levantar, tomar um banho para tirar aquela sensação horrível de quem havia dormido direito, sequestrar a garrafa térmica de café da cozinha da Nave da Terra sem o consentimento de Rin – de novo – e migrar para o local da reunião no minuto exato que ela começaria. Já haviam alguns dos regentes lá, mas o Capricórnio não olhou na cara de ninguém ao arrastar os pés descalços sala adentro. Sentou na primeira poltrona vaga do lugar e apenas analisou de forma breve o enorme pedaço de carne extra que não era regente, nem conhecido, mas era a cara do Touro. Se a moça era ou não a causa de estarem ali reunidos, saberiam. E enquanto ninguém se pronunciava de forma útil ainda, o albino bateu com a garrafa na mesa – fazendo ressoar o seu mau humor característico, ligeiramente aguçado naquele dia – encheu a caneca escrito “Honk” – sem nenhum motivo plausível – com o café e permaneceu com a mesma cara com que acordara, sem ver a menor necessidade em confabular com alguém ali naquela joça.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por James Beckham Qui Mar 16, 2017 8:03 pm

    No pouco tempo que passara naquela nave, não havia interagido muito com os outros integrantes. Os chamavam de “Sabaoth”, e sabia que tinham o propósito de defender aquele lugar. Por por causa da pessoa que o treinara, que era aparentemente o chefe de tudo, James estava ali. Só entendia a gravidade da situação por ter sido repetida incontáveis vezes por Abel, com uma paciência que só poderia ser considerada desumana. Ao menos, compreendia o porquê daquela parte do exército existir, e a razão de estarem em estado constante de alerta.

    Aquilo não explicava, no entanto, a razão da caneca que estava segurando minutos atrás estar no chão. Nem havia percebido no que tropeçara, ou como fora o suficiente para o objeto voar longe e se estilhaçar em um milhão e meio de pedaços. Nem sabia que algo tão pesado conseguia ir tão longe. Com os olhos arregalados enquanto se impressionava com a façanha, olhou em volta, repentinamente recordando-se de que o homem com quem dividia aquele espaço havia dito alguma vez para usar copos de plástico.

    É. Poderia ter se lembrado daquele detalhe antes.  

    Hesitando em se aproximar das pontas afiadas dos cacos para tentar ao menos juntar tudo em um lugar só, algo chamou a atenção do pisciano em um aparelho que, até então, não havia dado qualquer sinal de vida. O barulho alto o fez pular no lugar, procurando de onde vinha por alguns segundos, até identificar a fonte de uma voz que já ouvira quando se perdera e fora parar em uma cozinha bem mais distante que a próxima do próprio quarto. Ir para... Onde? Em trinta minutos?

    Onde era a Sala de reuniões? Não falaram a razão de ter que ir pra lá, mas a questão anterior era mais promissora. Esquecendo-se completamente da bagunça que acabara de fazer, olhou para o aparelho, como se um mapa fosse aparecer magicamente caso o encarasse por tempo o suficiente. Não apareceu.

    Então, o restava sair dali e perguntar pra qualquer alma – viva ou morta – que achasse no caminho, pra onde deveria ir. Suspeitava que não conseguiria direito com ajuda, muito menos se vagasse sozinho em busca de direções. Sala de Reuniões. Era só não esquecer daquilo. Deveria ser perto de onde as pessoas importantes ficavam. Mas se encontrara com Abel apenas uma vez enquanto naquele espaço, então também não adiantava refletir naquilo.

    Por sorte, a menina branca surgiu na parede após ter andado por alguns corredores que não tinham ninguém à vista. A que não tinha aura, não a outra, que via por perto do homem parecido com ela. — Você sabe onde é a sala de reuniões? — Questionou a moça, que abrindo um sorriso gentil, o apontou uma direção. Bingo! Não hesitou em ir para onde era levado, com a mulher de cabelos brancos por vezes aparecendo ao seu lado, e o mandando por outro caminho quando virava corredores errados.

    Quando enfim avistara uma porta grande, não pensou muito se poderia estar entrando em um banheiro interditado ou algo do tipo. Antes de entrar, só olhou para a moça, um sorriso animado em meio à face sonolenta de sempre do moreno.  — Obrigado, hã...“Arthemis”.Arthemis! — Esperando que lembrasse do nome dela na próxima vez, adentrou a sala, dando de cara com alguns rostos conhecidos, e outros nem tanto. Uma das pessoas, parecida fisicamente com um dos tios que já tinham sido simpáticos consigo, possuía cores extremamente similares a ele em volta. Era forte. Sentindo-se intimidado de repente, tentou não olhar demais para ela, falhando miseravelmente ao que voltava-se à mulher de três em três segundos. Tendo esquecido de cumprimentar o resto, tentou ver a questão essencial ali.

    O que estava acontecendo, mesmo?
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Heike_Walker Qua Mar 22, 2017 5:00 pm

    Apesar de todo seu esforço, não fora exatamente uma surpresa ser agarrado no ar antes que conseguisse atingir Órion de fato. Como sempre, a guerreira não fez o menor esforço para conseguir lhe impedir e sequer pareceu perturbada com o ataque repentino, o que fez o jovem rugir entre frustração e diversão, se debatendo sem real intenção de se soltar. O que diabos ela estava fazendo ali, afinal?

    Ao que tentava se soltar e morder a morena ao mesmo tempo, Heike ouviu suas palavras e ficou quieto no mesmo instante. Aquilo... Parecia estranho e preocupante, uma vez que conhecia as habilidades da guerreira e sua personalidade. Ela ter que ir de tão longe até ali para pedir auxilio parecia demais. Com certa dificuldade, a empurrou com força e se soltou, olhando para Nero com preocupação por um momento antes dele se afastar para convocar os outros regentes. Bufando, voltou os olhos para a mulher e abriu um sorriso largo, dando-lhe um soco forte no ombro, sentindo a excitação crescer. - Não acredito que você veio até aqui, sua ogra. Aposto que tava sentindo falta d'eu quebrar sua cara!

    Após o momento, se encaminharam para informar e requerer a presença de Abel antes de finalmente seguirem para a sala de reuniões. Depois Órion iria poder se alimentar e descansar da longa viagem que fizera, mas considerando a situação de emergência, concordava que era melhor entender o que estava acontecendo o quanto antes. Por isso se encontravam agora na sala aguardando os outros guerreiros para iniciarem, mas o processo até todos chegarem estava lento, o que não demorou a resultar num ariano impaciente e frustrado sentado ao lado da irmã do líder dos Sabaoth.

    Até mesmo o pisciano lesado tinha chegado e o resto não, não era possível. - Olha, acho melhor começar essa merda sem o resto. Eles que procurem saber depois ou que vão pro inferno, não to afim de ficar aqui esperando esse bando de inútil o dia inteiro. A gente tem que entender o que ta rolando primeiro, depois eles pegam algum relatório ou sei lá.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por taurusnero Sex Mar 24, 2017 11:33 pm

    Fora a passos largos que, após alertar Abel e chamar atenção dos outros presentes, seguiu à sala do Líder Supremo. No entanto, não gastou mais que alguns momentos no local, tomando apenas o cuidado de apresentar sua irmã e permitir que a mesma explicasse - tão superficialmente quanto fizera anteriormente - o que a trouxera de tão distante, antes de requisitar a presença do loiro na reunião que iria se desenrolar junto aos outros regentes. Abel concordou, e, com isso, não demoraram a partir para o local de encontro.

    Nero chegara cedo o suficiente para notar os olhares lançados à sua irmã. Alguns confusos, outros curiosos, e, bem, havia Harold em sua simpatia tão inexistente quanto sempre – ou talvez estivesse pior, não estava com cabeça para decifrar aquilo. Porém, deixou de observar os presentes quando ouviu os dizeres de Heike e percebeu a impaciência do ariano como algo que também sentia, e que demonstrava na forma como batia os dedos na mesa já há alguns minutos.

    Respirando fundo, o taurino se ergueu e lançou um olhar breve à Rin e Abel, em um aviso prévio de que começaria aquela reunião, e tratou de observar todos os presentes com sua natural expressão neutra, enquanto apresentava a questão.

    - Boa noite. Essa é Órion, guerreira, líder e xamã da tribo de Oghla, minha terra natal. Ela irá explicar os motivos que a trouxeram aqui e o porquê dessa reunião estar acontecendo.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por oreobiscuit Dom Mar 26, 2017 7:57 pm

    - Esse é apenas um sonho seu, pigmeu. – Por mais que tivesse se permitido responder ao loiro com um rosnado divertido – e sem mover um músculo sequer após receber o soco no ombro -, a guerreira tinha sua atenção dividida em vários campos. Primeiro, percebeu muito bem que sua presença ali havia deixado seu irmão mais que alerta, provavelmente ciente da tentativa da mulher em amenizar a situação do que ocorria tão próximo ao seu povo. Órion não gostava de admitir, mas a situação era, de certa forma, assustadora, e, a tal ponto, que praticamente correra todo o caminho até ali, quando normalmente faria questão de levar o próprio tempo para fazer qualquer coisa. Heike também havia percebido, e pensou se deveria dizer qualquer coisa para poder diminuir os possíveis questionamentos que perpassavam sua cabeça, mas decidiu que era melhor esperar. Explicaria apenas uma vez, e para todos os que tivessem que ouvi-la.

    Outra parte de sua atenção estava focada em reconectá-la com Pwairu, enquanto caminhava lado-a-lado com os três guerreiros residentes daquele local. O menor dentre eles ainda a intrigava, a energia que residia no virginiano lhe arrepiando os pelos do corpo, enquanto praticamente a envolvia tamanho poder. Pwairu não lhe respondia, porém, por mais que fizesse questão de perguntar, como se a entidade não soubesse exatamente o que lhe dizer. Aquilo era frustrante, e sua expressão se torceu em desagrado. A irritação se mostrando na forma como começara a pisar mais duramente no chão gélido.

    E havia aquilo também. Estava desconfortável com a temperatura do ambiente. Muito frio. Muito mais do que deveria ser normal, e muito mais evidente graças às roupas que utilizava. Com um suspiro pesado, teve que abrir sua própria bagagem e retirar a capa felpuda que utilizava em rituais para cobrir seus ombros desnudos. Poupava-lhe um pouco do gelado, mas ainda não era suficiente, e, por isso, não pensou duas vezes antes de puxar Heike para mais perto, a cara fechada servindo como explicação suficiente – ao menos imaginava.

    Fizeram uma parada e mais uma pessoa adentrou ao grupo. Não precisou questionar quem ela era, por mais que não conhecesse as nomenclaturas do local. Nero havia comentado que era líder entre os regentes junto ao virgem, mas que havia outra cabeça que liderava pessoas ainda mais importantes naquele meio, e que era superior a si. Pela aura de liderança, mesmo que mesclada com uma serenidade que, talvez, fosse estranho para alguém que lidava com tantos guerreiros poderosos, apostava que aquele era o tal líder citado pelo taurino. Porém, não se incomodou em analisá-lo naquele instante, apenas o cumprimentou, quando apresentados, e seguiu em uma pseudo indiferença àquela presença. Pelo visto, teria que se acostumar com energias tão absurdamente fortes e marcantes, algo não tão comum em sua rotina.

    Ao chegar à sala onde a reunião iria ocorrer, a guerreira cortou caminho para o local onde menos batia ar condicionado, e apoiou-se contra a parede, os braços cruzados diante do peito. Uma cadeira fora oferecida a si, porém se recusou a sentar de imediato. Era um local estranho, com pessoas poderosas, em uma configuração que, por mais que soubesse que seu irmão participava, não poderia considerar totalmente segura para si. Precisava compreendê-lo antes de permitir-se relaxar.

    Em silêncio, acompanhou a chegada dos Sabaoth. O primeiro tinha uma grande presença. Uma que logo reconheceu semelhante à própria, mesmo que em uma anatomia muito maior que a própria, e isso despertou seu interesse. Principalmente, quando notou que era alvo da atenção alheia, algo que quase lhe cortou os lábios em um sorriso convencido, mas que deixou de lado para notar mais alguém adentrar o local. Mais uma pessoa curiosa com sua presença, e a qual quase a fez rir, graças ao comentário bastante oportuno. Era verdade, a coisa parecia séria, muito mais do que gostaria, na verdade.

    No entanto, não demorou para que erguesse a cabeça e a movesse na direção do outro que se juntava ao grupo, indiferente ao fato de não conseguir enxergar o mundo físico com o único olho que mantinha aberto, e, também, à atenção que poderia chamar graças ao seu gesto repentino. Porém, não conseguiu se conter ao notar a dualidade naquela aura. Uma energia suja, que pingava malícia parecia ocupar o corpo daquele que se acomodava na mesa de reuniões, por mais que seus gestos parecessem inocentes o suficiente para não chamar atenção de mais ninguém. A guerreira mordeu o interior da própria bochecha, forçando-se a não cortar o caminho até o tal guerreiro e questionar o que era aquilo. Contudo, guardou a informação... Conversaria seriamente com Nero quando tivesse tempo para tal.

    Porém, enquanto tentava se acalmar e focar na problemática que a trouxera ali, fora impedida por algo que realmente não esperava. Seu olho se arregalou, mas usou de toda sua determinação para segurar qualquer gesto que a entregasse... Menos a língua, já que permitiu um baixo xingamento em sua língua mãe escapar dos lábios cheios, ao mesmo que ouvia um baque próximo – a garrafa de Harold contra a mesa de reuniões. Aquele... Conseguia ouvi-lo, mas não conseguia ver qualquer coisa naquela presença. O que era estupidamente estranho. Nunca antes ouvira falar de um ser vivo sem aura, mas conseguia ouvir e sentir perfeitamente aquela pessoa, então era um ser vivo... Sem aura? Pwairu teria que ouvir suas reclamações após por não explicar todas aquelas possibilidades para si.

    Entretanto, não demorou a sair daquele torpor, sentindo outra presença se aproximar, e quebrando toda sua análise para fazê-la sentir-se levemente desconfortável ao notar que causava desconforto ao mesmo. Órion não fazia o tipo simpática, não mesmo, mas permitiu-se menear a cabeça em um cumprimento breve ao notar novamente o olhar voltado à sua direção. Aquilo não daria certo se assustasse justamente as pessoas que a ajudariam.

    Não se impressionou ao notar a irritação de Heike com a demora dos outros guerreiros, e, muito menos, se incomodou por Nero ter iniciado a reunião logo após, afinal, o melhor era jogar aquilo tudo para fora o mais rápido possível, para que a solução fosse alcançada tão rápido quanto. Por isso, descruzou os braços e se aproximou na mesa, sentando-se na cadeira outrora separada para si com uma maestria que quase escondia o fato de não enxergar realmente – algo impossível graças ao tom leitoso do único olho que ainda possuía. Não se preocupou em apresentar-se, uma vez que o taurino já havia feito aquilo para si, então foi direto ao assunto.

    - Há algo de muito estranho acontecendo próximo de onde moro. – Começou, o sotaque forte marcando cada palavra – Não há muito tempo, estava fazendo a patrulha ao redor dos limites da tribo, quando senti uma energia corrompida. Tentei ignorar, já que era algo que não nos afetava diretamente e estava relativamente longe, porém parecia piorar a cada novo dia e ocupar muito mais espaço do que deveria. Pensei em ir ao local, averiguar o que estava acontecendo, mas Pwairu não permitiu... Pwairu é a entidade que rege o signo de touro e a deusa mãe de nossa tribo. Segundo ela, isso era algo que eu deveria compartilhar com vocês, que tem relação com a missão que precisam cumprir. E que eu precisava me mover logo, porque era um perigo para a tribo.

    Respirando fundo, a xamã bateu os dedos levemente contra a mesa, um reflexo involuntário, enquanto pensava em como continuar o que desejava dizer, principalmente por aquela parte a desagradar demais. – Eu não pretendia ir contra aquela energia, de qualquer maneira. Senti que era muito mais forte do que eu, e que estava espalhada de uma maneira que não conseguiria conter. Quando pensei em averiguar, era apenas para ver até onde estava alcançando e se precisaríamos mover a tribo para mais distante. É estranho dizer isso, mas não conseguiria lidar com aquilo, não sozinha. É algo realmente distorcido e maligno... Tão forte que pode influenciar, e não quero meu povo à mercê disso. Eu preciso da ajuda de vocês, e pode ser algo que precisam lidar com, se Pwairu estiver certa... E ela normalmente está.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Abel Qui Mar 30, 2017 11:13 pm

    Abel não tinha como adivinhar o que aquilo significava. Mas também não era de seu costume se surpreender fácil, embora conseguisse apreciar o momento de dúvida que se instaurou em sua mente, no espaço de tempo entre a ligação de Nero e a chegada do mesmo em sua sala. O loiro levantou-se, sorrindo em simpatia ao perceber a intensa energia que pairava pela mulher que acompanhava o regente de Touro. Ambos eram parecidos e de formas que iam além das aparências, na visão de quem sabia sentir muito mais que isso. A presença forte que vinham de ambos fazia o Líder Supremo compreender a razão da moça ter sido a mentora do mais novo, segundo seus relatórios. E justamente por isso, percebeu que a situação não poderia ser menos crítica quando alguém tão confiante vinha pedir ajuda, sem espaço para constrangimentos ou o que fosse. Ouviu as explicações breves e não fez muitas cerimônias para que se dirigissem à sala propícia, para que tratassem daquele assunto com mais detalhes, adequadamente. Como já havia sido requisitada a presença de todos os outros, bastou que aguardassem ao menos uma maioria se apresentar ao local.

    O pisciano suspirou logo após a reclamação do ariano, resignando-se com a falta de alguns dos Sabaoth, antes de dar um sinal positivo para a iniciativa de Nero na reunião. Sabia bem que a falta de pontualidade de alguns não implicava na capacidade deles como guerreiros. Mas não deixava de ser um fator cansativo de lidar, assim como a personalidade de muitos ali. De todo jeito, isso tornou-se um detalhe irrelevante quando Órion começou a especificar o que havia lhe comunicado há minutos atrás. Abel dava atenção à essência daquelas palavras, que citavam a entidade de Touro, o mistério que envolvia a situação e os sinais que poderiam vir disso. Todas as atitudes da líder da tribo de Oghla pareciam condizentes com seu posto. Ela era valente, mas prudente em mesma proporção. Abel sorriu levemente em aprovação quando Órion admitiu que estava abaixo do que ameaçava sua área. Mas não cabia ao mais velho julgar as atitudes de mais ninguém além de seus soldados, em voz alta. Então, apenas deixou a voz forte da guerreira encerrar os relatos, para que se pronunciasse, após uma pequena pausa para refletir no assunto e então, levantar.

    Obrigado, senhorita Órion. — Agradeceu no tom suave que lhe era comum. E então, tornou-o ligeiramente mais pesado, ao se dirigir aos Sabaoth presentes. — Visto o risco revelado, eu proponho a presença de todos vocês nessa missão. É importante que analisem o que está havendo e ajam de acordo com o que as circunstâncias pedirem. Se há um aviso direto de uma das entidades, eu prefiro que vocês estejam bem preparados diante do que podem enfrentar. — Imaginava que esse tipo de ação não fosse ser contestada por ninguém, então prosseguiu. — No entanto, um de vocês precisará ficar, para montar guarda caso seja necessário proteger as naves de qualquer emboscada. A missão é a prioridade, então vocês podem decidir entre si quem deverá permanecer aqui, ou se voluntariarem se for o caso. Dez minutos creio ser o suficiente; sintam-se à vontade. — Por fim, sentou-se, já esperando o que viria daquela sugestão com mais um suspiro cansado. Mas caso as coisas não saíssem como esperado, já tinha um plano B guardado para esse tipo de ocasião. No entanto, nunca perdia a oportunidade de avaliar a iniciativa de seus soldados de tempos em tempos, é claro.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Klaus Löwe Ter Abr 04, 2017 2:12 pm

    –O olhar de Klaus se manteve atento a desconhecida por alguns segundos e poderia jurar que ela estava prestes a lhe lançar um sorriso quando ouviu uma maior movimentação  naquela sala, fora só então que o olhar atento se desviou da mulher e por fim sorriu de forma mínima ao ver o regente de escorpião adentrar a sala e pouco depois a presença do libriano também se fazia presente, fora então que descaramente caminhou em passos calmos em direção a ele se acomodando na cadeira ao lado, assim, apoiou um dos braços na mesa e encarando o menor lhe sorriu minimamente– Olá Aya..–Mais uma vez a atenção do leonino fora roubada pela pessoa que adentrava a sala e chegou a fazer uma leve careta ao notar o mau humor do capricorniano, como ele ousava chegar e nem mesmo comprimento o leonino? Era absurdo.
    Por fim, acabava por acomodar o corpo naquela cadeira meio inquieto pela ansiedade que o tomava, afinal, o que a bela mulher de presença forte estava fazendo ali? E por que a reunião tão urgente? As perguntas rondavam a cabeça do leonino e começava a até mesmo sentir-se impaciente com isso, ficando tão absorto no próprio pensamento que nem mesmo continuou a flertar com o libriano ao lado. Poderia dizer qualquer coisa e até mesmo pensou em faze-lo, porém, o ariano fora mais rápido em demonstrar seu desagrado com tamanha demora, e aquilo chegou a fazer o leonino sorrir minimamente, de maneira quase orgulhosa, como se aquela atitude fosse algo "honrável" para a nave do fogo.
    Não demorou então para que Nero se pronunciasse e enquanto ele apresentava a mulher o olhar do regente logo focou-se na jovem alta sorrindo de maneira breve ao descobrir afinal, quem ela era e ...Nero podia não ter dito nada, mas..A semelhança gritante entre ele e a xamã fazia Klaus crer que...Ou todos daquela tribo eram muitos parecidos ou..Existia alguma vínculo familiar entre os dois, primos? Irmãos, talvez.
    A mulher tomou a fala logo depois do taurino e Klaus viu necessário se ater aquela fala com o dobro de concentração, isso o fazia olhar a mulher com ainda mais intensidade, não que aquilo lhe importasse, apenas...Precisava se concentrar e aquela parecia a única forma. A mente passou a trabalhar a mil enquanto ouvia a mulher falar sobre a força maligna que parecia se expandir e mil teorias do que poderia ser tomavam a mente do regente, pensamentos que só eram amenizados diante a fala de Abel e considerando que ele estava na sala..Aquilo era sem dúvidas mais sério do que poderia imaginar quando chegou a reunião, diante a pergunta feita pelo chefe o leonino ponderou por alguns segundos, queria ir a missão..Essa era a única certeza que tinha e era a única coisa que diria por enquanto–

    Acredito que eu possa fazer um bom trabalho ficando e proteger a nave, tanto quanto indo nesta missão, mas, não vou negar meu desejo de ir.

    –O leonino soava sempre bastante convencido em sua fala mas aquela era de fato sua opinião, adoraria ir a missão pelo desejo de mostrar sua força e competência somado a grande curiosidade, mas também caso necessário não via problema em ficar na nave.–
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Rin Damien Sex Abr 07, 2017 4:37 pm

    Enquanto não perguntara o que levara aquela mulher à nave de imediato, esperava pacientemente por uma explicação que, cedo ou tarde, viria à tona. Com a chegada de Heike, desistiu de falar da inutilidade que seria demonstrarem comportamentos violentos por ali. E, cedo o suficiente, houve um pequeno resumo do que acontecera, acarretando um pedido de reunião vindo de Nero. Conforme andavam para a sala própria para aquilo, onde Abel os aguardava, continuou a observar o comportamento da nova presença em silêncio.

    A situação provavelmente seria grave, e demandaria muita gente. A mulher parecia ser forte, mas mais importante que aquela característica; era sábia de pedir ajuda quando a situação saía do próprio controle. Imaginava que fosse alguém que conseguisse resolver muito bem a maioria dos problemas que tinham a ver com a tribo de Nero. A deficiência visual que notara ao olhar para os olhos alheios não parecia atrapalhar em nada o caminhar ou qualquer outra atividade da mesma. O restante dos sentidos da morena deveriam ser tão treinados quanto a força física que tinha.

    Não demorou para chegarem na sala designada. Sentando-se em uma cadeira, o regente de Virgem contemplou cada um que entrava, com margens variadas de atraso, em silêncio. Teve que concordar quando um dos Sabaoth – é claro, de fogo – reclamou que não deveriam esperar mais. Se até James, completamente novo e com sérios problemas de direção, havia chegado, era provável que o resto não aparecesse mais, de um jeito ou de outro.

    Após a introdução de Nero, Órion, como finalmente descobriu, fez um discurso maior sobre a questão que havia resumido anteriormente. Algo extremamente forte, que tinha relação com a missão deles. Algo que até uma entidade avisara para ela não se envolver com. Seria uma missão para muitos, de fato, só não envolvendo a todos por precisarem de alguma segurança a mais na nave. Parte da confirmação do Líder Supremo pegou-o de surpresa, no entanto. Fazia sentido eles mesmos poderem decidir, baseados em pontos fortes e fracos. Mas conhecendo-os, as coisas poderiam não ir muito bem naquela direção.

    Com a postura impecável, entrelaçou os dedos por cima da mesa, esperando o leonino terminar de falar, e concordou com a cabeça. O julgamento iria além do técnico, com as vontades de cada um também na mesa, o que era, no fim das contas, justo. Não havia nada a fazer além de ver como a situação se desenrolaria, então, deu a própria opinião de uma vez. — Acredito que seja melhor eu ir. A área de risco é uma floresta, e enquanto é algo mais familiarizado a outros, também tive bastante experiência nelas com missões. É claro, poder manipular a terra vai ser útil por lá. E mesmo que eu saiba que vocês são fortes pra sobreviver sem um suporte de cura, também é bom que eu vá por essa razão. Não vai ter assistência médica imediata por perto, como é o caso daqui, e não sabemos o quão forte, ou mesmo o que é, essa energia. — Era um ponto de vista mais objetivo sobre o assunto, mas que não deixava muita margem para que Rin não fosse. Não iria falar em nome de mais ninguém, já que não era seu lugar. Havia alguma parte de si que queria listar quem seria melhor para a missão, e classificar até o final alguém como o que seria de menos ajuda. Contudo, o próprio Abel poderia fazê-lo, se fosse o ideal. Então, resignou-se a continuar a ouvir.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Harold Wilhelm Sex Abr 14, 2017 10:12 pm

    Revelada a razão pela qual estavam ali, Harold se pôs a pensar por alguns segundos no que diabos estava fazendo naquele lugar.

    De vez em quando, era preciso refletir que não estava ali por opção, diferente do restante que havia aparentemente se animado com a perspectiva de uma missão de grande porte. Dito pela própria entidade que aparentemente se comunicava com Órion, aquilo tinha haver com Kain e o que mais estivesse envolvido nas asas dele. Nada de surpreendente até aí. Assim como o discurso de Abel, feito de forma quase retórica. O albino ocupou-se enchendo mais uma vez a caneca que esvaziara, ouvindo o Leão se pronunciar de uma forma típica de quem não perdia uma chance de se enaltecer. Até aí tudo bem. Mas talvez, o mau humor de quem havia dormido mais que o saudável – para o que o capricorniano considerava saudável, claro –, por pouco não o fez jogar o café na cara de Rin, pra ver se ele percebia que tinham dez minutos apenas para entrarem em um acordo e não para discursarem coisas óbvias. Não era tão difícil assim, caralho.

    ... Foda-se. — Resmungou, ao final das palavras alheias, num tom baixo o suficiente para ser ouvido, mas ignorado se optassem por isso. Abel havia sido claro, coisa que ele já não costumava ser por incapacidade mental. Por que insistiam em andar em círculos toda vez? — O James fica. Não vejo razão pra ele ir. — Não tinha razão para apontar motivos para que fosse, uma vez que sua presença era não só necessária, como era o único em sua posição de batalha presente no local. Jack não havia comparecido à reunião e não haviam outros atiradores além deles dois. Por outras razões que Harold julgava claras o suficiente para não ter que ressaltá-las, soltou a caneca por cima da mesa, ao lado da garrafa térmica. — Como mago da água e filhote de Abel, acho que ele pode ficar e ser mais útil aqui do que lá, se perdendo no meio do mato igual uma anta. — Cruzou os dedos por cima do próprio colo e encarou o novato, esboçando todo seu absoluto mau humor em um sorriso escárnio. Que provavelmente não seria entendido pelo nível de demência alheio. Então, voltou-se ao próprio café e com um suspiro pesado, desejou internamente que o resto começasse a verbalizar coisas mais úteis.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Jack Kalon Seg Abr 17, 2017 3:53 pm

    "Perdeu, playboy! A casa caiu!

    Uma gorda e escandalosa risada explodiu no momento em que o corpo diminuto bateu no chão com um baque surdo. Ou o que deveria ser o chão. Jack estava de pé no vazio da ilusão informacional – palavra que havia aprendido com Arthemis e, desde então, adorava falar em qualquer situação –, na sala de treinamentos, e estava achando hilária a nova atualização que havia arquitetado com Big Z.

    Sua real intenção era marcar um dez ali enquanto não se lembrava do caminho para a cozinha da tia do café e, talvez, pudesse arrumar alguma treta que a fizesse explodir. A cozinha, não a tia do café. Se a tia do café viesse a explodir não teria um café tão gostoso na nave, o que claramente geraria um desconforto muito grande. Embora ferimentos altamente dolorosos, sem resultar em morte, não causassem qualquer desconforto. O caso é que o sagitariano havia comido boa parte do dia na sala de treinamentos, fato raro em sua estadia, e agora superado mais uma fase do treinamento. Os ombros ainda sacudiam numa risada frenética ao que esperava mais um novo padrão de cores e movimentos se formar à sua frente, bem como o novo objetivo da missão. Estava animado para um senhor caralho. Finalmente conseguiram arrumar alguma coisa que conseguisse superar seu tédio infinito naquele lugar. Era muito mais engraçado destruir tudo aquilo quando se havia “Delicious!”, “PENTAKILL!” e “RAZÔ!” reboando por todo o espaço. O Número 2 – apelido que dera ao Blackjack da ilusão informacional – estava pronto para a batalha, mas desaparecera repentinamente e, ao invés duma listagem do que podia destruir e o arsenal de novas armas-ainda-mais-destrutivas-que-as-anteriores-mas-não-tanto-quanto-quem-as-portava, o que recebeu foi um balde de água fria do tamanho de um pirucóptero adoidado num monociclo, na voz de Optimus Prime.

    Não tinha real problema com o Touro, também não tinha muitas coisas contra reuniões quando podia ser um gostoso admirado e causar discórdia enquanto ria. O problema era que também não gostava de ser interrompido quando estava louco para testar o que podia acontecer se juntasse um doce com uma bomba de ponta cabeça.

    AH, PUTA QUE PARIU... ‘CÊ TÁ DE MIRONGUINHA COM A MINHA CARA, NÉ?!

    De acordo com a mensagem de Optimus, a reunião seria dali à meia hora, mas o sagitariano passou um mínimo de sete minutos e três quartos berrando para o nada com os braços sacudindo como um bonecão do posto desgovernado, treze minutos e três vigésimos tentando completar sua missão e falhando miseravelmente. O chileno, no entanto, demorou um minuto e vinte e sete segundos para berrar que aquele aparelho só podia estar quebrado e deixar a sala, berrando xingamentos que se mesclavam sua língua natal a novos xingamentos que foram adicionados na época que viveu com Baltazar. A culpa não era dos soldados espalhados por onde passava, nem da voz da ilusão informacional, a culpa era dele. E sendo dele podia jogar em quem quisesse. Jack decidiu colocar a culpa nos soldados e na voz da ilusão informacional. Agora estava entediado, mal humorado e tinha que esperar mais cinco minutos e cinquenta e sete segundos para ganhar vida no Candy Ninja e, assim, poder ultrapassar Harold no #1. De novo.

    Infelizmente, teria que ir para a reunião.

    Estava andando a ermo por aquela nave de geografia duvidosa armado apenas de seu headphone, no último volume, tocando o clássico dos clássicos Boladona quando uma furadeira voadora cruzou seu caminho. E foi quando decidiu que não tinha a menor ideia do que estava fazendo ali. Nem mesmo sabia onde ficava a tal sala de reunião, que também não tinha certeza de que era o local certo para onde deveria ir. Não tinha prestado total atenção ao anúncio de Optimus.

    Caralho, viado... Tomei no cu total. — Concluiu, sacando o tablet e fazendo um movimento exagerado para desbloqueá-lo. Não conseguiu. Tentou mais uma vez, agora usando padrões de números e conseguindo, na terceira vez. Tudo bem. Que bom que não houve pânico. — Onde... Fica... A sala de... Reuniões... Pesquisar. Ok. Eu acho que não fica na Bolívia.

    Puta que pariu.

    Jack girou o aparelho 360 graus até decidir que procurar a sala de reuniões na ferramenta de busca seria muito mais eficiente se tivesse um leque de plumas rosa. Não encontrou na busca, mas aquelas plumas claramente lhe deram alguma sorte, pois algo que lembrava muito um gps, mas não exatamente um gps, surgiu na tela do tablet. Como falar “Covil do Optimus” não deu muito certo, tentou “Sala de reuniões”, que era muito mais sem graça, mas funcionara.

    Xablau.

    Agora vai.

    A música ainda fazia um ótimo trabalho em estourar os tímpanos do latino que costurava à passos dançantes o caminho que o gps traçara, chegando sem muito mais dificuldades na tal sala de reuniões e adentrando o cômodo no meio da mais majestosa sarrada no ar. — OOOOOOOOOOOOLHA A EX-PLO-SÃO! E QUANDO ELA BATE COM A BUNDA NO CHÃO, QUANDO ELA MEXE COM A BUNDA NO CHÃO...! — Se adiantou para a mesa se inclinando para mandar o passinho na responsabilidade e não pode ouvir o que Harold - o ocupante mais próximo - dizia, mas não julgava ser uma calamidade quando mexia os pés para frente e para trás com descaso impetuoso. — ... QUANDO ELA JOGA A BUNDA NO CHÃO E QUANDO ELA SARRA COM A BUNDA NO CHÃO. CHÃO. CHÃO. CHÃO. CHÃO. PAPAPAPAN PAPAPAN PAN PAN TCHA! — Estava já com as mão atrás da cabeça, curvado no meio dum movimento sensacional quando deu de cara com Harold péssimo. Em sua opinião o sujeito não só parecia ter acabado de escapar de uma cerca viva do lado avesso, como parecia ter lutado com a mesma cerca que queria sugá-lo para o intestino grosso de um rato. Estava prestes a verbalizar este comentário quando sua visão periférica captou uma nova figura. A principio pensou ser a tia do café, mas logo percebeu que era o bonitinho que havia batido um fio quando pisara ali. Perfeito!, pensou, literalmente, aparecendo bem ao lado de Abel. Lembrava de ter dito algo do tipo para nome. Não entendia o que ele estava fazendo ali, já que Arthemis, a chefe, estava parada bem na outra ponta da mesa, mas não iria reclamar.

    Se importa? — Sorriu, galante, espalmando a mesa e apontando para seu colo. Sem, no entanto, deixar margem para a resposta, escorregou para cima de Abel, apoiando um dos braços em seu ombro e sacudindo o outro, onde se encontrava o bracelete que o homem havia travado ali e ninguém mais daquele bendito lugar conseguia tirar. — Quanto tempo, né? Que tal você tirar essa coleira de mim agora, huh? Eu sei que sou gostoso pra caralho e você me quer, mas cara, vamos ser democráticos! Tem Jack pra todo mundo! — Aquele era o seu tom de flerte, afinal, o cara não era de se jogar fora. O queixo alheio foi tomado entre o polegar e o indicador e Jack soltou um suspiro de falso pesar. — Cara, eu sou do mundo, 'tendeu? Você tem que aceitar isso você seguir em frente e aí a gente começa a cortar uns lances. — Deu uma piscadela e girou, ainda no colo, ficando de frente para uma figura GRANDE e se chocando pela segunda vez num curto espaço de tempo. — CARALHO, OPTIMUS! VOCÊ TÁ GOSTOSO PRA CARALHO, HEIN? — Se jogou para trás, caindo em Abel com a mão no peito e, novamente, se esparramou na mesa. Agora se abanando com o leque de plumas rosa ainda aprumado em suas mãos. A figura tinha longos e grossos fios reagrupados numa aura, Jack assumia, muito foda. — O que houve com seu olho? O Chifrudo é tão selvagem assim? BOM, FODA-SE. EU ACHEI DO CARALHO. Que loucura. Mas, fala aí. Qual é o B.O?
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Lavi Strauss Sex Abr 21, 2017 6:58 pm

    Lavi sentia que esse assunto era muito mais sério que o normal. Até mesmo esperava que ao menos dessa vez conseguisse se encontrar com todos os regentes, não era a primeira reunião que participava, mas nas outras que participava, sempre haviam faltosos, nunca soube o porquê disso, só que até o momento conhecia poucos regentes, quem o escorpiano realmente conhece, pessoalmente, são os regentes de Áries, Touro, Virgem e Capricórnio. Os demais ele apenas havia tido breves encontros ou apenas visto de longe. Ah é claro, conhecia James também o regente de Peixes, dividiam a mesma Nave então de certa forma era difícil que não se conhecessem, por mais que não interagissem.

    O Libriano chegou logo após o escorpiano e Lavi ficou ainda mais atento. Não que ele desgostasse do felino. Ele tinha uma Aura muito suspeita. Que ele dizia ser efeito de uma maldição que tinha. Lavi até podia acreditar, mas sabia que não era apenas isso, tinha certeza que tinha algo mais ali, não podia provar, mas sabia que tinha, então confiava no libriano desconfiando. Logo em seguida Harold entrou como sempre com um bom humor radiante que o faria ser capaz até mesmo de dar “bom dia” formigas, o que era totalmente usual do capricorniano, só que ao contrário. Então Lavi não deu muita importância para ele.

    Um pouco depois do capricorniano seu “colega de quarto” chegou a sala de reuniões com uma total cara de ‘o que tá acontecendo mesmo? Onde eu estou?’, não que isso fosse fora do normal, o garoto era sempre assim. Mas era de certa forma surpreendente que ele havia chego antes de outros regentes que Lavi ouvira falar que tinham entrado, como o Sagitariano e Geminiano. Quanto ao Aquariano já não o via ou ouvia falar dele há um bom tempo.
    O sabaoth, mal teve tempo de analisar os demais e Heike, como esperado, se pronunciou sobre iniciarem logo a reunião. Em seguida Nero apresentou a mulher, Órion, sua irmã, o que fazia total sentido tendo em vista a semelhança de ambos.

    Na rápida troca de olhares que teve com a Órion pode perceber que a mesma era cega, mas ao mesmo tempo tinha certeza que ela enxergava, e Lavi tinha uma ideia de como, podia ver como ela analisava as pessoas, era como quando ele observava as pessoas para ver a aura das pessoas, analisar qual era a situação delas e adquirir qualquer informação que pudesse. Podia perceber também que essa habilidade na mulher era ainda mais forte que a sua. Podia sentir nela também resquícios da Constelação de Touro, podia perceber isso, pois era a mesma energia advinda do Taurino. O que fazia o moreno acreditar que ela, com certeza, tinha contato com essa entidade. Isso somado as habilidades que ela parecia ter a tornava uma pessoa extremamente perigosa. Lavi absorvia cada uma das palavras que a negra emitia com seu sotaque forte e carregado. Algumas coisas que ela falava confirmavam suas suspeitas e também o deixavam, de certo modo, aliviado, pois percebia que além de ser forte ela era sábia.

    Quando ela acabara de explicar a situação, Abel se pronunciou e deu “ordens”, não que o escorpiano tirasse a razão dele. O cara era experiente, ele sabia o que fazia e falava, mesmo que algumas coisas fossem redundantes.

    O que o regente de leão dissera não era novidade, era o esperado dele. Lavi com certeza se sentia da mesma forma, não podia negar. Não que fosse verbalizar as coisas sobre si da mesma forma egocêntrica que o outro, é claro.

    O discurso. Sim, discurso de Rin era totalmente impecável. Com certeza isso irritara Harold, que não perdeu a chance de falar um “foda-se” para o que o mais velho dissera para em seguida falar algumas coisas puramente para implicar com o pisciano. Mas mal teve tempo de analisar isso e foi contemplado com o novo regente de sagitário chegando de forma deslumbrante enquanto fazia um lapdance em Abel. Lavi não pode segurar e soltou um risinho da situação. Para em seguida se recompor e falar:

    - Não acredito que James seria inútil lá fora, Harold. Mas de qualquer forma. Eu pretendo ir nessa missão. Sou bom em fazer reconhecimentos, tenho uma boa adaptabilidade para as diversas situações que possamos nos encontrar. Além do mais eu também posso prestar apoio médico e o ambiente é uma floresta, com certeza terá diversas criaturas com peçonha. Minhas habilidades para criar antídotos serão necessárias.

    Encerrou sua fala um tanto quanto lógica, falou tudo num tom moderado, tentando evitar arrogância, poderia falar mais coisas para afirmar que seria necessário no campo, mas acreditava não precisar, tinha exposto seu ponto e ele era bom, mesmo que Rin estivesse lá para prestar os cuidados médicos as habilidades de cura tinham limites, ademais, levando em conta a quantidade de pessoas que iriam, dois médicos conseguiriam agir melhor que um.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por James Beckham Dom Abr 30, 2017 1:38 am

    Ao olhar de tempos em tempos a mulher que nunca vira, acabou perdendo a linha do raciocínio para em como ela e a moça branca que o acompanhara fariam um contraste agradável pros olhos. Será que se dariam bem? A mulher branca era só uma invenção, ou existia mesmo? Não lembrava de ter perguntado, mas se tivesse, não estava se lembrando. Ao concluir que descobriria depois, havia perdido a apresentação da nova pessoa, voltando à realidade apenas com ela já em meio a uma explicação.

    Bom, parecia perigoso.

    Já estivera em alguns locais assim antes e conseguira sobreviver, afinal, estava ali. E havia uma vontade forte, no fundo, de participar, mesmo com Abel falando que alguém teria que ficar para trás. Ao ouvir os outros falando, reconhecia que não sabia o que ninguém fazia direito naquele lugar. Já ouvira e assimilara os poderes básicos de cada constelação, mas tirando uma explosão ou outra, não chegara a ver ninguém em ação. Além da animação de poder usar seus poderes e ver se realmente conseguiria fazer algo, que se mostrava no olhar minimamente menos disperso do pisciano, chegando a demonstrar um pequeno sorriso com a perspectiva.

    Este, que sumiu rápido quando o Sabaoth que mais o dava medo se pronunciou, falando que James deveria ficar. — Por qu- — Sendo interrompido por um ser que adentrou o local praticamente voando, teve a atenção imediatamente redirecionada, já que o mesmo sentou-se diretamente no colo do Líder Supremo. Com a boca aberta por vários segundos em choque, recordou brevemente que já tinha pensando em perguntar para aquele homem em particular onde ele arranjava tantas músicas diferentes, mas que pareciam seguir um ritmo bastante parecido. Às vezes, elas não saíam da própria cabeça, mas sequer sabia a língua das letras para pensar em pesquisar no Google. Tentara mesmo assim outro dia, e não dera muito certo.

    O nível de surpresa diminuiu conforme a pessoa que dividia a nave consigo se pronunciava, não prestando tanta atenção nela enquanto tentava voltar à linha de raciocínio anterior. Ah, sim. Queria ir naquilo, por mais difícil que fosse. Mesmo assim assim, quieto, olhou para a mesa onde se reuniram, falando em um murmúrio alto o suficiente para ser ouvido. — Eu queria ir... — Teria a capacidade de proteger a nave sozinho, se fosse o caso? Tinha que ter, se estava ali, né? Mas tinham outros que não estavam presentes também, não? Eles ficariam? Se ficassem, por que tinha que ir? — ... Mas o que acharem melhor.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Heike_Walker Ter maio 02, 2017 11:18 pm

    Ouvir o que Órion relatou por algum motivo acabou deixando o ariano com um peso estranho no peito. Talvez fosse por todo o tempo que passou em sua terra, ou pelas pessoas que conheceu, por tudo que aprendeu e evoluiu, pela própria floresta, mas pensar naquele lugar estar correndo algum risco fez com que um sentimento ruim tomasse conta de si, e por um segundo mal percebeu que lentamente aumentava a temperatura na sala. Franzindo o cenho e engolindo seco, voltou o ambiente para o clima normal, observou a mulher ao seu lado e considerou a seriedade da situação. Se a própria Pwairu considerou que deveriam ter outras constelações intervindo no que quer que estivesse acontecendo... Realmente não deveria ser algo bom.

    De forma inconsciente, aproximou-se mais da mulher e direcionou um olhar para Nero, tentando observar o que ele achava daquilo tudo. Abel, porém, tomou a fala para si, o que fez a preocupação do ariano diminuir um pouco ao que rodava os olhos para ele como de costume, segurando-se para não chiar com o tom de voz calmo. Honestamente achava que faltava uma iniciativa de liderança no homem. Certamente ele tinha o título de líder supremo pois merecia de alguma forma, mas talvez estivesse passando sua hora, já que a cada dia que passava ele se parecia mais e mais com um velho cansado. Era tão mais fácil ele apontar alguém que deveria ficar, caralho. Mas não, tinha que deixar esse bando de idiota decidir por conta própria e ficar um ano nisso. Onde tava a praticidade desse merda?

    Suspirando pesadamente e estalando os lábios, encarou os outros falando sem necessidade com um tédio impaciente, pronto para mandar todo mundo calar a boca de novo quando o novo regente de sagitário chegou fazendo um puta dum escândalo.

    Não dava nem pra ficar irritado. Heike ainda segurou a vontade de rir, observando-o com uma expressão agressiva, até que o filho da puta se jogou no colo de Abel. - Puta que pariu não é possível que todo sagitariano é doente da cabeça. - Comentou, deixando uma risada alta escapar pela falta de noção do companheiro de elemento. Não dava mesmo pra ficar puto com uma coisa dessas.

    'Cês tão me enchendo a porra do saco já. Se a Órion não foi lá, porque a própria entidade de Touro não deixou, e a Órion é muito mais foda que vocês todos juntos e sabe se cuidar, não seria melhor mandar um daqueles robôs cretinos do Zion primeiro pra ver a situação? Aí depois a gente vê quem vai ou fica dependendo do que for melhor?
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por taurusnero Ter maio 09, 2017 7:55 pm

    Nero havia criado uma afinidade muito grande com sua irmã no pouco tempo em que convivera com a mesma - chegando ao ponto de às vezes esquecer que tal convivência durou pouco menos de três meses -, e, graças a essa afinidade e ao tempo que passaram juntos compartilhando conhecimentos, acabou aprendendo a ler o jeito da mais velha. Por isso, não foi nada difícil perceber que a mulher trazia algo de ruim para partilhar consigo e com os outros regentes.

    No entanto, por mais que tivesse isso em mente e estivesse se preparando para o baque da notícia, escutar sua irmã fez com que seu estômago se afundasse em um mar gelado, em uma sensação que já aprendera a ler e não estava associada com nada de bom. Era reflexo do desagrado mesclado com a aflição de descobrir uma ameaça tão gritante próxima a algo que guardava com extrema importância dentro de si: a floresta onde havia nascido.

    Graças aos anos de costume, não foi difícil para o taurino manter a expressão neutra, natural para a maioria dos presentes. Porém, precisou de alguns momentos em silêncio, com o olhar desfocado em um ponto qualquer da sala de reuniões, para controlar as sensações negativas que o invadiam, e que surpreenderam o próprio guerreiro. Sabia que era apegado ao seu passado, mas não imaginava que seu corpo fosse reagir tão negativamente a uma ameaça à sua tribo. Talvez os motivos fossem os laços que foram reavivados em sua última viagem ou as novas memórias importantes que foram feitas lá.

    Por muito pouco, estar perdido em pensamentos não lhe fez notar o olhar de Heike em sua direção. Ele também havia convivido com sua irmã, e, melhor do que qualquer um, podia talvez compreender a dimensão dos sentimentos do taurino em relação à sua tribo e o quão grave aquilo parecia, tanto pela postura de Órion quanto pela intervenção de Pwairu. De certa forma, isso fez com que respirasse um pouco mais calmo, porém fez questão de deixar o fluxo de sentimentos escapar e mostrar sua preocupação apenas ao marido.

    Por mais que estivesse levemente fora de seu eu convencional, manteve a compostura com louvor… até escutar a sugestão de Abel para o prosseguimento da reunião.

    Fora impossível conter a expressão desgostosa que moldou sua face em algo que, muito provavelmente, era novo para a maior parte dos presentes ali, e seu olhar seguiu na direção do líder supremo com um quê de irritação que talvez fosse ainda mais visível não fosse o pouco autocontrole que ainda lhe restava. Era essa mesma tentativa de controlar-se que impedia que todos naquele ambiente compartilhassem do mesmo sentimento graças aos seus poderes xamã - e o que o impedia de apanhar feio de sua irmã por ser inútil e não conseguir evitar algo tão banal (para ela).

    Ao invés de espalhar o sentimento, o direcionou ao próprio marido, que, se não compartilhasse do mesmo, ao menos entenderia a frustração de Nero e aceitaria suas reclamações silenciosas.

    Aquilo era uma perda de tempo. Como um grupo tão desunido conseguiria lidar com tal decisão de forma coerente? Cada um iria apenas explanar o que achava - o que já havia começado a acontecer diante de seus olhos -, e tudo rodaria e rodaria antes de uma decisão definitiva ser tomada - o que não viria do consenso dos guerreiros, e, sim, de uma voz superior, acreditava. E eles não tinham tempo! Ao menos, acreditava que não tinham tempo para isso, para essa tentativa de estimular um pensamento coletivo em um grupo lesado por traições e que mal se comunicava por completo adequadamente. Havia gente ali que sequer sentia empatia pelo próximo, que diabos…

    Respirar fundo. Era isso que precisava. Respirar fundo e lembrar da paciência e da calma que costumava possuir e que precisava naquele momento, antes que perdesse a compostura necessária de um líder. Respirar fundo foi o que fez, uma, duas, e quase três vezes, quando fora subitamente interrompido, e de uma forma que o fez desistir de vez de manter-se calmo e composto.

    Jack. Jack havia roubado o pouco que restava de sua paz de espírito. O Jack que entrara no meio da sala de reuniões atrasado, cantando alto e dançando de maneira sugestiva. O mesmo Jack que achou sentido em sentar-se no colo do líder supremo, reclamar sua condição e confundir sua irmã consigo.

    Foram movimentos lentos os que usou para retirar as mãos de sobre a mesa e esconder o rosto, uma de cada vez lhe cobrindo as feições e tampando a expressão de desistência que lhe torcia a face e o fazia grunhir em desespero. Porém resolveu não se limitar àquilo, claro, havia uma necessidade, certo? E sem mover um dedo, parecendo uma rocha contra o mar de adversidades que era aquela reunião, deixou a voz finalmente escapar em um tom alto e claro. - Obrigado, Jack. - E quando as mãos voltaram à mesa, não mais escondendo a careta que seu rosto havia se tornado, voltou a pronunciar-se - Mas essa é Órion, minha irmã. Temos uma missão, leia o log.

    Então, tentando ignorar a explosão que era o sagitariano, deixou que seu olhar vagasse para Heike, sentindo-se finalmente abençoado com alguma coisa útil sendo dita naquele local.

    - De fato seria interessante um reconhecimento anterior… Enquanto as máquinas fazem o trabalho de compreender o que precisaremos para a missão, podemos preparar as naves com as necessidades básicas para a mesma e iniciar a construção de uma estratégia com as informações que já possuímos. Órion pode nos ajudar com isso. Depois apenas complementaríamos a estratégia com o que julgassemos necessário a partir do conteúdo adquirido nesse reconhecimento. O que acham?

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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por oreobiscuit Qua maio 10, 2017 11:02 pm

    Após expor a situação que a levara a tão distante, a mulher recostou-se à cadeira e se manteve em silêncio por todo o momento em que os Sabaoth usavam para discutir quais seriam os passos tomados a partir dali. As decisões daquele grupo, apesar de estarem voltadas a uma problemática que era muito próxima a si, não lhe diziam respeito, não era algo com que deveria se intrometer, e, assim decidiu observar os comportamentos de cada um dos presentes, tentando assimilar as personalidades de com quem trabalharia durante os dias que se seguiriam.

    Era óbvio que apesar de ter decidido se manter calada, o fato de tratarem de uma região tão próxima à sua tribo, com uma situação que apenas crescia em proporções, invadindo a floresta em uma velocidade considerável, fazia com que seu corpo se enchesse de uma energia que recriminava em suas tentativas de manter-se no controle, mas era involuntária e específica da tensão de alguém que queria solucionar um problema rapidamente. Por isso, a proximidade de Heike e do calor que seu corpo produzia foi algo muito bem recepcionado e que lhe afrouxou os nós de tensão dos músculos. Sorriu, porém não soube se o ariano tomara o gesto como o agradecimento que desejava vociferar.

    Ao invés, focou no que acontecia diante de si, e ao mesmo que lia um pouco daquele grupo e percebia uma série de questões problemáticas, também conseguia sentir o quão confiantes eram aqueles guerreiros, tão diferentes na forma de lidar com suas capacidades, e repletos de razão ao se sentirem plenamente capazes, se suas leituras de aura eram algo em que podia se basear. Aliás, se as auras que conseguia ler sem interferência alguma eram algo em que podia se basear.

    Ainda era muito estranho ter a atenção voltada ao que dividia o corpo com uma entidade tão superior, muito mais ter que lidar com o incômodo que era não enxergar nada naquele que só espalhava mau humor. Ainda havia a pulga atrás da orelha que o de energias destoantes lhe causava. Um grupo estranho demais para si, e que precisaria lidar com se fossem​ trabalhar em conjunto.

    No entanto, enquanto estava pensativa, refletindo em como conversar com essas pessoas, foi retirada violentamente de sua meditação involuntária por uma pequena criatura que parecia explodir em energia… Mesmo que ironicamente não compreendesse a letra da música que escutava na voz hiperativa.

    Seu silêncio durou por muito mais do que pensou ser possível - cerca de um minuto após as falas da estranha criatura -, antes que a voz escapasse em um gargalhar alto, tão sutil quanto a forma com que batera na mesa de reuniões, quase virando a enorme peça com o golpe. - Que diabos é essa coisinha? Eu gostei dela! - E continuou a rir mesmo durante a fala de Nero, quase chorando no desespero que era seu gargalhar. Sua seriedade somente voltou - e relativamente afetada -, quando escutou a sugestão de Heike e os dizeres seguintes de seu irmão.

    - Posso ajudar sem maiores problemas. - A voz era bastante firme para alguém que quase havia morrido afogada no próprio riso. - [Mas só se a coisa ali sentar no meu colo, quero adotar.] - E o complemento na língua mãe fora dito apenas a Heike e ao seu irmão, que, sabia, ficaria mortificado o suficiente para evitar falar consigo por algumas horas.
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    [#04] Turno livre - Fora da Nave   Empty Re: [#04] Turno livre - Fora da Nave

    Mensagem por Kase Y. Sáb maio 13, 2017 6:37 pm

    Talvez não estivesse em um de seus melhores dias. Milagrosamente a razão principal não tinha sido sua mente, ao menos sua personalidade instável. A resposta estaria nos papéis espalhados por seu quarto, cheio de anotações, fotografias e marcações. Muitos de seu ramo provavelmente construíam seu ambiente de casos digitalmente considerando a época, mas nunca resistiu a sensação de riscar um grande “x” em vermelho no rosto de um suspeito descartado. Um nerd por papéis, talvez.

    Mas nem o antigo truque de anotações o estava acalmando. Com uma caneta na boca e uma mão no cabelo, Kase encarava um de seus arquivos. Uma bagunça, um mistério e dois rastros que não faziam sentido entre si. Amava ser um detetive, um caminho que seguia há anos, porém era em momentos como esse que ele desejava apenas jogar tudo pra cima e chutar alguns papéis amassados – e foi o que fez, já mantendo-se em pé.

    Estava prestes a resmungar mais alto do que já estava, talvez expressar palavras que fizessem sentido desta vez, até que ouviu seu celular. Quem sabe embaixo de suas anotações…? Provavelmente perto de algum dos quatro cantos místicos que eram os pés de sua mesa. Desistiu de procurar e se concentrou em ouvir a voz que saía do aparelho, certamente desconhecida.

    Esfregou o olho esquerdo enquanto se dirigia a entrada e colocava seus calçados. — Decerto isso é normal. Reuniões importantes. — Percebeu pela voz alterada que ainda estava com a caneta na boca voltou para a mesa, deixando-a lá e encontrando seu celular sob uma luminária. — Sala de reuniões… sala de reuniões? Bem que podiam ter me dado um tour desse lugar. Abel não ajuda né, caralho. Cadê boas-vindas pro novato? — Abriu a porta, ajeitou a gola de seu blusão e saiu em sua busca pela querida sala com o apoio de um pequeno mapa em seu aparelho.

    Estava demorando para chegar lá, tinha certeza disso. Suas sobrancelhas já se franziam enquanto balbuciava os afazeres que tinha para o resto do dia. Talvez interrogar mais algumas pessoas, usar sua famosa brincadeira de bom policial / mau policial pra arrancar alguma informação a mais sobre o desaparecido, e isso enchia sua mente. Dor de cabeça. Seus olhos não processavam mais o mapa direito, tanto que não percebeu as duas vezes que passou na frente de seu destino, entrando na terceira vez e ponderando o quão longe era.

    Olhou ao redor, seus “companheiros de trabalho”. As características físicas, as expressões de cada um e suas relações, assim como pedaços de falas sendo terminadas pelos mesmos. Kase deu um sorriso amarelo com os olhos entreabertos. — Vocês têm uma nave muito… prática, não? — Sentou-se em uma cadeira qualquer, deixando as mãos ocupadas dobrando, puxando e desdobrando suas mangas. — Sério, não seria melhor ter aquelas porra de teletransporte pra cá? As paradas do futuro? — Puxou o log da discussão até o momento e começou a ler. Sentia que sua dor de cabeça iria aumentar.

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