Horário: Noite.
Membros: Harold e Abel.
Resumo: Decisão dos procedimentos da terapia de Harold, as condições e como vão se resolver as treta tudo do psicopata.
─
Passou o dia perambulando pela ala hospitalar, devido aos exames que precisou fazer para que pudesse recuperar o mais rápido possível sua condição física normal. Embora estivesse irritado por estar sendo circundado diversas vezes por aqueles palhaços de branco, entendia que seu corpo havia passado por dificuldades. Precisava explicar aos enfermeiros que seus braços eram próteses, antes que procurassem veias que não existiam. Ao contrário do braço mecânico anterior, com uma aparência totalmente robótica, os de agora possuíam a aparência exata de braços humanos. Assim como andróides se pareciam exatamente com pessoas normais. A única coisa que deixou como estava, era seu olho. Não tinha a menor intenção de colocar um mecânico ali. Sempre teve a visão ruim e se fosse priorizar o uso dos óculos, era melhor colocar uma lente no olho restante e um tapa-olho no outro. A ferida cicatrizada deste ainda parecia causar repulsa em qualquer um que olhasse para o seu rosto. Pessoas com estômago fraco era algo realmente curioso. Mas como não gostava de ninguém olhando para sua cara gratuitamente, Harold recentemente adquiriu o hábito de usar um tapa-olho branco e uma lente de contato. O uso dos óculos se tornou desnecessário desde então. Terminada sua obrigação para com os enfermeiros, recebeu permissão para se retirar dali, se sentindo extremamente aliviado. Não suportava a aparência tão iluminada da ala hospitalar. O branco refletia luz demais e já não bastava ter uma miopía dos infernos, ainda tinha fotofobia. Lugares claros como aqueles eram mais dolorosos do que ter o olho furado por Heike. De certa forma, o agradecia. A fotofobia agora residia em apenas um dos lados de sua visão.
Dando de ombros, os pés descalços deslizavam silenciosamente até a Nave Principal. Desde de manhã havia ciência de seus assuntos pendentes com o líder do Conselho Supremo. Aquela bicha cínica desgraçada com cara de retardada. Aquele pisciano. Adjetivos não são necessários. Trincou os dentes, em alguns minutos dobrando corredores, chegando finalmente em frente ao enorme portal que dava para os aposentos de Abel, com toda a grandiosidade que a sala do líder deveria impôr. Deveria ser ótimo passar os dias ali dentro, é claro. Mas não era por causa de uma sala luxuosa que Kain queria seu lugar. Imaginava se tudo o que movesse a cabeça do ser fosse o mais puro ódio e inveja de Abel. Incrível como uma criatura tão ridícula conseguia representar uma ameaça potente contra todos ali. No fundo, sentiu uma secreta vontade de ver Kain com a cara rachada, figurativamente falando. Literalmente, também não era uma má ideia. O portal se abriu, provavelmente sendo percebido assim que chegara pelo pisciano nojento. Dessa vez precisou de um adjetivo, porque o ódio aumentava sempre que pisava naquela sala.
Olhou em volta. Tudo sempre tão arrumado, que Harold suspeitava que Abel tivesse alguma coisa em Virgem em seu mapa astral. Apesar da cara de lesado, ele era bem organizadinho. Antes de receber permissão para se sentar em frente à mesa do líder, o fez. Não colocaria os pés em cima do móvel por implicância, porque já havia feito isso da última vez. Desta, fingiria educação, juntando as mãos sobre o próprio colo, entrelaçando os dedos. Mesmo que em seu rosto a ironia e o sarcasmo estivessem implantados como as próteses em seu corpo.
─ Não consigo olhar pra sua cara sem ter vontade de te bater. Já disse isso? ─ Nesse nível. Calmo como se tivesse informado as horas, por sinal. Sério como se estivesse revelando os segredos do Universo, também. Provavelmente o mais velho já estava acostumado com o jeito desagradável do Capricórnio. Mas seria burrice do mesmo esperar mais - ou menos - do albino. Era com Abel que Harold sempre tratou das suas condições como regente, entre os guerreiros. Apenas o pisciano sabia de seus segredos, além de suas metas que, por existirem, ainda o mantinham vivo.
Sabia bem, também, que não estava em condições de fazer piadas. Mas para quem não se importava tanto assim com a própria vida, rir da própria desgraça não era uma opção tão ruim. Afinal, desgraças são sempre hilárias. Talvez Abel também tivesse algo bem engraçado pra lhe propor.
Membros: Harold e Abel.
Resumo: Decisão dos procedimentos da terapia de Harold, as condições e como vão se resolver as treta tudo do psicopata.
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Passou o dia perambulando pela ala hospitalar, devido aos exames que precisou fazer para que pudesse recuperar o mais rápido possível sua condição física normal. Embora estivesse irritado por estar sendo circundado diversas vezes por aqueles palhaços de branco, entendia que seu corpo havia passado por dificuldades. Precisava explicar aos enfermeiros que seus braços eram próteses, antes que procurassem veias que não existiam. Ao contrário do braço mecânico anterior, com uma aparência totalmente robótica, os de agora possuíam a aparência exata de braços humanos. Assim como andróides se pareciam exatamente com pessoas normais. A única coisa que deixou como estava, era seu olho. Não tinha a menor intenção de colocar um mecânico ali. Sempre teve a visão ruim e se fosse priorizar o uso dos óculos, era melhor colocar uma lente no olho restante e um tapa-olho no outro. A ferida cicatrizada deste ainda parecia causar repulsa em qualquer um que olhasse para o seu rosto. Pessoas com estômago fraco era algo realmente curioso. Mas como não gostava de ninguém olhando para sua cara gratuitamente, Harold recentemente adquiriu o hábito de usar um tapa-olho branco e uma lente de contato. O uso dos óculos se tornou desnecessário desde então. Terminada sua obrigação para com os enfermeiros, recebeu permissão para se retirar dali, se sentindo extremamente aliviado. Não suportava a aparência tão iluminada da ala hospitalar. O branco refletia luz demais e já não bastava ter uma miopía dos infernos, ainda tinha fotofobia. Lugares claros como aqueles eram mais dolorosos do que ter o olho furado por Heike. De certa forma, o agradecia. A fotofobia agora residia em apenas um dos lados de sua visão.
Dando de ombros, os pés descalços deslizavam silenciosamente até a Nave Principal. Desde de manhã havia ciência de seus assuntos pendentes com o líder do Conselho Supremo. Aquela bicha cínica desgraçada com cara de retardada. Aquele pisciano. Adjetivos não são necessários. Trincou os dentes, em alguns minutos dobrando corredores, chegando finalmente em frente ao enorme portal que dava para os aposentos de Abel, com toda a grandiosidade que a sala do líder deveria impôr. Deveria ser ótimo passar os dias ali dentro, é claro. Mas não era por causa de uma sala luxuosa que Kain queria seu lugar. Imaginava se tudo o que movesse a cabeça do ser fosse o mais puro ódio e inveja de Abel. Incrível como uma criatura tão ridícula conseguia representar uma ameaça potente contra todos ali. No fundo, sentiu uma secreta vontade de ver Kain com a cara rachada, figurativamente falando. Literalmente, também não era uma má ideia. O portal se abriu, provavelmente sendo percebido assim que chegara pelo pisciano nojento. Dessa vez precisou de um adjetivo, porque o ódio aumentava sempre que pisava naquela sala.
Olhou em volta. Tudo sempre tão arrumado, que Harold suspeitava que Abel tivesse alguma coisa em Virgem em seu mapa astral. Apesar da cara de lesado, ele era bem organizadinho. Antes de receber permissão para se sentar em frente à mesa do líder, o fez. Não colocaria os pés em cima do móvel por implicância, porque já havia feito isso da última vez. Desta, fingiria educação, juntando as mãos sobre o próprio colo, entrelaçando os dedos. Mesmo que em seu rosto a ironia e o sarcasmo estivessem implantados como as próteses em seu corpo.
─ Não consigo olhar pra sua cara sem ter vontade de te bater. Já disse isso? ─ Nesse nível. Calmo como se tivesse informado as horas, por sinal. Sério como se estivesse revelando os segredos do Universo, também. Provavelmente o mais velho já estava acostumado com o jeito desagradável do Capricórnio. Mas seria burrice do mesmo esperar mais - ou menos - do albino. Era com Abel que Harold sempre tratou das suas condições como regente, entre os guerreiros. Apenas o pisciano sabia de seus segredos, além de suas metas que, por existirem, ainda o mantinham vivo.
Sabia bem, também, que não estava em condições de fazer piadas. Mas para quem não se importava tanto assim com a própria vida, rir da própria desgraça não era uma opção tão ruim. Afinal, desgraças são sempre hilárias. Talvez Abel também tivesse algo bem engraçado pra lhe propor.