O médico não estava se sentindo nada bem, seu corpo estava pesado e sentia-o suar frio; podia dizer exatamente porque estava assim, na verdade eram uma corrente de acontecimentos que o deixaram assim, ele só não imaginava que ficaria assim doente, estava acostumado com isso, a única coisa diferente em seu ser era seu cabelo... Depois que o cortara sentia um pequeno e estranho frio na nuca, uma espécie de “frio” que nunca sentira antes, mas essa sensação passou em poucos dias, provavelmente era apenas a falta de costume, afinal, sempre tivera cabelo tapando sua nuca.
O que realmente havia sido o estopim para que adoecesse fora provavelmente o treinamento intensivo que fizera na área de treino; havia selecionado um mapa com uma temperatura baixíssima, não que isso o afetasse; era acostumado a temperaturas bem menores, mas geralmente usava mais roupas para isso... Nunca fora uma pessoa friorenta e para melhorar sua situação tinha aquela porcaria de doença, que ainda não havia achado explicação alguma, de que sentia ainda menos frio que qualquer pessoa normal. Lembrava-se de ter quase morrido por causa dessa merda de mutação duas vezes; provavelmente estaria morto se não fosse pelos seus genes corpóreos herdado do pai.
Precisava de mais remédios, sentia-se péssimo, mas as aspirinas e antitérmicos que tinha em sua maleta haviam acabado e para melhorar sua situação a caixa onde guardava medicamentos, venenos e antídotos havia desaparecido, não estava na cadeira onde sempre deixara; não estava em lugar algum que o moreno pudesse ter deixado, o quê o levava pensar em só uma pessoa. Suspirou cansado, sequer havia feito um esforço decente e estava cansado, ótimo, tudo poderia melhorar, não? Ele lembrou-se de uma frase que costumava usar alguns anos antes, “Nada é tão ruim que não possa piorar”, e isso era realmente verdade, ele mesmo era a prova viva disso. Mais um suspiro seguido de uma breve tosse e um forte latejar na cabeça. Ótimo, ótimo, tudo poderia melhorar, não? Sentia-se ainda pior, sentia que sua temperatura havia subido, novamente.
Apesar de zonzo, conseguia pensar claramente em algumas opções. Chamar Rin, ou ficar ali e desmaiar até que alguém desse falta dele, coisa que duvidava muito, afinal conversara com poucas pessoas desde que chegara. Era cedo demais para deixar-se piorar ou desistir nesse momento, talvez estivesse exagerando, mas no momento sentia que poderia morrer de tão ruim que se sentia. Pegou o comunicador pretendendo ligar para o medico mais velho, mas quando foi ia começar a falar para o outro lhe trazer algum remédio começou a tossir e desmaiou.