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    Rin Damien
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    Mensagem por Rin Damien Qui Jan 29, 2015 9:35 pm

    A responsabilidade nata com os deveres que decidira assumir em sua vida era uma das características principais da personalidade de Rin. Em toda a faculdade de medicina – a graduação inicial, pelo menos – cumprira o horário sem atraso algum, com as melhores notas possíveis, trabalhando em meio período em um salão. Se tornara uma pessoa naturalmente cansada com a rotina que adotara conforme o passar dos anos, porém, ao iniciar o período de residência, percebera que a vida em um hospital conseguia ser bem mais estranha do que o haviam preparado para. Não que fosse pior. O loiro gostava dali, de certa forma, e vários colegas seus, inclusive sua melhor amiga, um ano adiantada no currículo, compartilhava o local de trabalho consigo. Os horários eram erráticos, e tinha que lidar com pessoas de todos os tipos. Mas era o que escolhera, e isto que importava.

    Estava no presente momento encarando o plantão noturno, sem qualquer tipo de emergência ou pacientes que precisariam de sua atenção imediata. Às vezes ia aos quartos trocar e monitorar medicamentos, mas no geral, andava, sentava-se na sala de descanso dos médicos, tomava alguns copos de café, e reiniciava a rotina. Não se sentia particularmente cansado; de fato, talvez tivesse tomado um pouco demais daquele líquido, e pela primeira vez em muito tempo sentia uma energia quase não natural correr por suas veias. Decidiu checar novamente os pacientes, e dar uma pequena volta no hospital enquanto isso. Estava a meio caminho de um dos quartos, em uma área particularmente vazia, quando a iluminação decidiu falhar, e o corredor foi mergulhado em uma profunda escuridão. O hospital possuía luzes de emergência para aquele tipo de situação, as quais não pareciam se acender.

    Fora o suficiente para Rin parar, cauteloso, e tentar ouvir algo na ambientação local. Nenhuma voz alarmada. Nenhum outro médico, ou qualquer trabalhador, à vista. Os pacientes com certeza dormiam. Nunca admitiria aquele fato para ninguém, contudo, estava mais do que um pouco infeliz com a situação. Ren o forçara a ver filmes de terror demais quando era obrigado a passar tempo na casa do pai, e o assustara propositalmente durante toda a infância, sendo aquela uma das ideias daquela coisa de diversão. Conforme crescera, aprendera a não demonstrar qualquer sinal de se abalar com ficção e fatos sobrenaturais, mas não significava que achava que não existiam. Poderia se sentir extremamente idiota, sendo alguém tão racional, mas preferia acreditar em algo estranho do que não acreditar e tê-lo atacando algum momento em sua vida. Não que qualquer coisa fosse acontecer. Não.

    Em passos lentos, começou a andar, a expressão completamente neutra em sua face, pensando apenas em chegar a seu objetivo prévio.  No entanto, ao virar a esquina no corredor, congelou. Havia uma silhueta bem no centro, sem emitir qualquer sinal de movimento. De fato, não parecia nem estar apoiada sobre os dois pés, apesar de se encontrar na vertical, entretanto ainda tinha uma forma suficientemente humana para não achar que era apenas equipamento do hospital deixado no meio do caminho. O que já seria suficientemente estranho. E aos pés do que quer que fosse... O chão estava completamente enegrecido por algum tipo de líquido.

    Seus instintos médicos trabalharam rápido, o que fora um alívio, pois outros o diziam que deveria sair dali naquele momento. Mesmo com a visão ainda não acostumada à escuridão, aproximou-se, estreitando o olhar para conseguir ver melhor. Repentinamente, lembrou que possuía uma pequena lanterna, que usava para exames médicos, e não demorou a retirá-la do bolso do jaleco e apontar a luz diretamente à sua frente. A visão fora o suficiente para gelar seu sangue. Uma pessoa. Amarrada a um suporte de substâncias intravenosas, que no caso, possuía uma bolsa de sangue, que ao seguir com o feixe de luz, estava rasgada, o conteúdo espalhado tanto na pessoa quanto no piso. Não soube quanto tempo ficara parado, apenas encarando o corpo, mas teve noção do primeiro pensamento que entrara em sua mente. Esse é um jeito idiota demais de se morrer. Não pode ser a causa da morte. Ou...?
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    Mensagem por Arthemis W. Sex Jan 30, 2015 4:25 am

    As coisas que fazia ali já lhe pareciam extremamente naturais durante todo o tempo que passava naquele hospital. Há um pouco mais de tempo no local, comparando aos seus colegas de curso, Arthemis já se sentia à vontade com os pacientes, outros médicos, enfermeiras e mesmo os recepcionistas. Ao contrário da maioria das pessoas, desde criança nunca teve uma impressão negativa sobre hospitais e nunca teve medo algum de médicos de qualquer especialização. Talvez, por grande parte de sua infância ter precisado deles. E os admirava tanto, que passou a admirar também o que faziam, ignorando se seria por dinheiro ou por amor ao cargo. Então, até mesmo sentir o nariz esfriar no ambiente constantemente gelado, era uma sensação que a agradava. Era triste ver os piores casos dos pacientes, é claro, assim como não podia se deixar tocar pelos óbitos inevitáveis. Mas da mesma forma, era gratificante o que podia fazer por quem precisava. Sabia bem que nem sempre seria suficiente, mas foi o que escolhera, então saberia lidar com.

    Verificava o aparelho de respiração de um dos pacientes internados, enquanto um de seus acompanhantes dormia no pequeno sofá no canto do quarto. Sentiu-se um pouco triste. Aquele era um hospital particular, a internação não era barata e muitos pacientes ali não tinham condições de pagar mais que um dia ou dois. O senhor dormindo na maca e aparentemente seu filho, dormindo no sofá, eram desse tipo. Não sabia quanto tempo mais eles poderiam pagar pra ficar, mas sabia que não iria ser suficiente para um idoso com câncer em fase terminal. E mesmo assim, o final do mesmo já não tinha solução por si só. Arthemis olhou o homem sentado adormecido – de olhos inchados e um enorme casaco sendo usado de cobertor improvisado – com pesar. Suspirou, retirando-se do quarto em total silêncio, passando a ajeitar a prancheta com a lista de pacientes internados abaixo do braço, colocando ambas as mãos nos bolsos do jaleco branco. Aquele senhor havia sido o último dos pacientes em estado grave para verificar e, recebia o auxílio de algumas enfermeiras de quando em quando. Mais um pouco e desceria para o andar da área de emergência.

    Achou que talvez fosse bom tomar um café. Não estava com sono, mas não poderia esquecer de cuidar de si mesma, ou todo sei esforço iria por água abaixo com três minutos de queda de pressão. Porém, ao virar um corredor de maneira distraída, não deu dois passos para notar a diferente falta de iluminação do local. O hospital de luzes de emergência para casos assim, mas elas não funcionaram corretamente para a ocasião, pelo visto. Suspirou. A equipe de manutenção teria de cuidar daquilo, mas pelo horário... Só no dia seguinte. O som de seus sapatos brancos não havia sido ouvido, até pisar em algo molhado, quase viscoso. Olhando mais a frente e, ajeitando os óculos em seu rosto – que costumava usar para ler e para quando sua vista começava a cansar –, percebendo uma frágil luz atrás de alguém. Conhecia aquela silhueta, mas preferiu confirmar, sem enxergar o que estava atrás do rapaz, sendo observado por ele.

    ... Rin?


    Última edição por NPC's Account em Sex Jan 30, 2015 1:02 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Rin Damien Sex Jan 30, 2015 6:58 am

    Deveria ter ouvido o barulho, mesmo que diminuto, atrás de si, considerando o silêncio mortal presente naquele corredor. No entanto, o choque os próprios pensamentos de Rin pareciam ter nublado a informação de sua mente e seu corpo todo se tencionou ao ouvir o próprio nome imediatamente atrás de si, e ao virar-se rapidamente e se deparar com uma imagem toda branca, não conteve a expressão de choque que apareceu em sua face; talvez tão pálida quanto a da menina à sua frente, no momento. Um segundo depois, o reconhecimento se fez presente em seus pensamentos, apesar de estar longe de relaxar na postura. Conseguira sentir mais medo da ideia de algo sobrenatural do que um cadáver – possivelmente assassinado – aparecendo repentinamente. Saberia lidar com um corpo. Com outra coisa, nem tanto.

    Contudo, era apenas Arthemis, sua veterana e agora colega de residência, que havia se tornado uma amiga próxima na época que cursaram a primeira etapa da faculdade. Respirou fundo, o olhar sério, antes de dar um passo pro lado e menear a cabeça em direção à figura que encarava previamente, apontando novamente a lanterna que não percebera que segurava com mais força que o necessário. – Acredito que temos um problema.
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    Mensagem por Lavi Strauss Sex Jan 30, 2015 10:14 am

          Tinha acabado de anunciar o falecimento de um paciente a uma família, geralmente esse não era seu trabalho, mas o médico que era seu superior havia lhe pedido que fizesse isso e explicasse algumas coisas aquelas pessoas. Essa era uma tarefa que não gostava de fazer, não que isso o afetasse é só que era algo triste, frustrante e sei lá, era uma coisa massante de se fazer, as vezes as reações de algumas pessoas eram muito variada em poucos segundos e isso era chato, pois vezes ou outra podia acabar levando um tapa ou alguém se agarrando ao seu jaleco para chorar.
     
          A última foi a que aconteceu desta vez, assim que conseguiu se livrar do agarro alheio deu uma desculpa qualquer e voltou para dentro do hospital, trocaria o jaleco e veria se tinha algo que poderia fazer. Mal havia saído do elevador e a energia acabou, agradeceu aos céus por não ter ficado preso naquele elevador, mesmo que fosse por pouco tempo pois os geradores logo seriam ligados, contudo estranhou o fato das luzes de emergência daquele andar não acenderem, pegou a pequena lanterna que carregava no bolso do jaleco e foi iluminando o caminho que deveria seguir, ao longe viu um pequeno clarão e três silhuetas nele, ao se aproximar mais viu que era Rin, um corpo em um suporte para soro e atrás daquilo Arthemis. Que merda era aquela? O que havia acontecido ali? Foi andando em direção àquilo a passos lentos e calmos observando cada detalhe daquilo. 
           - O que diabos vocês fizeram? - Lavi perguntou num sussurro colocando a mão livre no ombro do mais velho. 
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    Mensagem por Arthemis W. Sex Jan 30, 2015 10:48 am

    De fato era seu amigo e pode reconhecê-lo assim que este virara para ela. Porém, seu rosto estava pálido e parecia ter visto um fantasma, o que preocupou Arthemis até ela perguntar se havia acontecido algo com ele. Mas a resposta que obteve não foi nem perto do que esperava, sentindo-se ficar sem reação ao ver o cadáver apontado com a lanterna de Rin. O que aquilo significava? Não deveria ter um paciente em transfusão de sangue naquele corredor e... Menos ainda ele deveria estar morto, ainda mais daquele jeito. Aproximou-se do cadáver, que ainda não havia começado a cheirar mal, olhando o rosto do homem, distorcido pela possível dor que sentiu enquanto se asfixiava.

    Ergueu-se mais uma vez, pensativa. Tinha uma ótima memória, ao ponto de se lembrar do rosto e do nome de cada um dos pacientes. Uma de suas maneiras de atendê-los de forma simpática e atenciosa, para que os tranquilizassem antes de tudo. Mas, mesmo assim, não se recordava do rosto daquele homem. Assim como, na lista em sua prancheta, nenhum paciente em estado grave estava precisando de transfusão de sangue. O que aquilo significava?

    Antes que pudesse pedir a opinião de Rin, escutara a voz de Lavi, os culpando por algo que não fizeram, claro. Virou-se para o estagiário, procurando explicar a situação de forma calma.

    Ele estava desse jeito quando chegamos aqui. Vocês se recordam dele? Eu não me lembro deste... Ex-paciente estar internado aqui nos últimos dias. E esse tipo de morte... Não parece nada ter sido acidental. — Talvez estivesse se precipitando, mas não importava por onde olhava, aquilo não parecia mesmo ter sido de forma aleatória. — Pelo rasgo na bolsa de sangue, ele não parece ter nada em mãos para ter cortado e depois se suicidar. Assassinato, então? — Se toda forma, a segurança do hospital deveria ser avisada para que pudessem investigar. Mas ela não podia deixar de questionar as coisas que não faziam sentido algum ali.
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    Mensagem por Rin Damien Sex Jan 30, 2015 12:59 pm

    Observara atentamente Arthemis começar a examinar o cadáver, algo em si querendo avisá-la para tomar cuidado. Descartara o pensamento, o tomando como um medo infantil; era alguém morto, algo que os três já haviam confrontado diversas vezes, apesar de nunca em uma situação tão estranha. Quase xingou Lavi ao tomar outro susto – demonstrado apenas por um leve arregalar do olhar  - ao ter uma mão repentina em seu ombro, a afastando de imediato enquanto ouvia a acusação infundada. Entretanto, as palavras da albina o distraíram novamente.

    Chegou mais perto do corpo, observando suas feições com atenção, a lanterna apontada para o mesmo. Possuía uma boa memória, apesar de talvez não tanto quando a de sua amiga, porém aquela pessoa não passava sequer a sensação de que já a havia visto em algum lugar. Em seguida, examinou melhor os locais onde o tubo do suporte apertava a pessoa; concluía que realmente ela poderia ter morrido daquela forma, visto que apertava exageradamente tanto o pescoço quanto o tronco. Assassinato. Aparentemente de alguém que não estava internado, no meio do hospital, quando as luzes coincidentemente pararam de funcionar.

    Repentinamente ouviu o barulho de vidro se estilhaçando, vindo do extremo oposto do corredor, o fazendo virar a cabeça imediatamente e apontar o pequeno feixe de luz que possuía para o local, estreitando os olhos para enxergar. Aparente uma das lâmpadas explodira. Quando estava apagada. Que diabos...? Engoliu em seco, voltando o rosto lentamente para a primeira anormalidade do local, apenas para constatar que ela havia sumido. Completamente. Se antes sentira apenas receio, agora medo verdadeiro parecia se instaurar em suas veias, deixando o silêncio do local continuar por vários segundos.  A única coisa deixada fora o sangue no chão. O corpo desaparecera em questão de segundos, como se não tivesse existido, no momento em que desviaram a atenção. Após inspirar e expirar muito lentamente, um sorriso – por mais forçado que fosse – aparecera em seus lábios, e falara em um tom calmo demais em comparação ao que realmente sentia. – Acho que em situações assim... A primeira regra é não nos separarmos. Vamos sair daqui e chamar os seguranças. Agora.
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    Mensagem por Lavi Strauss Sex Jan 30, 2015 11:13 pm

          Percebeu que Rin se assustou quando colocara a mão no ombro dele, poderia rir disso se não fosse pela situação, o que Arthemis falava fazia total sentido, nunca havia visto aquele paciente, melhor ele sequer usava as roupas desse hospital. 

           Assim como o mais velho, quando ouviu o barulho de vidro estilhaçar-se virou a cabeça para a direção sem nem pensar, nunca se sabia poderia ser alguém vindo daquela direção e alguém perigoso devido ao que viu como o corpo estava, sim, viu, já que agora que voltara a atenção para o corpo ele havia simplesmente sumido, se não fosse o suporte de soro e o sangue no chão acharia que todos ali tiveram um tipo de alucinação coletiva...

           - Tem algo errado... Já era pra energia ter voltado, os geradores deveriam ter sido ligados... - Pensou alto, esperava que isso não assustasse ainda mais o louro, porque a mulher ao seu lado parecia extremamente calma. - Rin, você anda vendo filmes de terror demais, se acalme. - Disse segurando o rosto do menor olhando-o nos olhos em seguida deu um sorriso cheio de segurança para ele. - Vai ficar tudo bem.

          - E sim, esse é um dos momentos que não devemos nos separar em hipótese alguma, se isso for assassinato como você suspeita, Arthemis, temo que deva ter mais de um... Nós precisamos avisar a segurança do hospital, a equipe e além disso avisar pacientes e familiares, qualquer pessoa pode estar correndo perigo, com sabe-se lá quantos loucos ou assassinos a solta... Apesar que isso poderia causar um grande caos... - Pausou sua fala por um momento quando ouviu mais um barulho de vidro estilhaçando-se desta vez em sequencia... Uma lampada explodia atrás da outra, provavelmente, dessa vez não olhou, ou deu espaço para os dois médicos residentes olharem, apenas os pegou pelas mãos e saiu dali em passos rápidos. - Conseguem pensar em alguma saída que não gere muito caos, mas que ao mesmo tempo não deixe os outros em perigo? 

           Lavi não fazia ideia do que estava acontecendo, só sabia que precisava manter a calma e manter os dois amigos também calmos e seguros para que pudessem fazer algo, se recusava a acreditar em algo sobrenatural, como louro parecia acreditar, apesar que corpos não somem assim do nada... Conteve um suspiro. Caminhava com os dois em direção as escadas, esperava que ao menos as luzes de emergência daquele lugar tivessem acendido. Só esperava que o causador disso tudo fosse alguém e não algo.
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    Mensagem por Arthemis W. Sáb Jan 31, 2015 4:37 pm

    Arthemis não era de se assustar fácil. Por ter problemas de pressão, ela procurava controlar ao máximo suas reações, para que justamente não tivesse nenhum tipo de problema. Mas, ainda não era imune à certas coisas e o som que ouvira da lâmpada – apagada – estourando, começou a deixá-la tensa de certa maneira. Se tivesse algum problema na eletricidade do andar, a lâmpada no mínimo precisaria estar acesa para aquilo acontecer. Suspirou, se convencendo de que deveria ser algum tipo de problema elétrico que não conhecia sobre, embora o básico de seus estudos dissessem o contrário.

    Tudo parou de fazer o mínimo sentido lógico quando olhara novamente o cadáver... Que não estava mais ali. Arthemis deu um minúsculo salto do lugar, como um gato assustado, primeiramente achando que sua queda de pressão estava começando a causa alucinações, sabe-se lá como. Mas ao se virar para Rin e Lavi, percebeu que o cadáver ter desaparecido não foi uma visão unicamente sua. Por sorte, não se sentia tonta nem nada que pudesse deixá-la atordoada. Estava assustada, mas por sorte estava “bem”. Provavelmente pela tensão de que aquilo ainda estava acontecendo e não poderia simplesmente se dar ao luxo de ser mais um estorvo. Precisava pensar numa saída, que Lavi sugerira. Mas algo passou pela mente de Arthemis, que poderia soar maluquice para os outros dois, visto que eram tão racionais quanto ela própria. Mas não conseguia assimilar o fato do cadáver ter simplesmente evaporado, como se fosse algo natural de acontecer.

    Vocês viram o mesmo que eu, não viram? — A pergunta parecia ser ridiculamente óbvia, mas precisava confirmar. — Aquele tipo de coisa só acontece em filmes de terror. Algumas enfermeiras mais experientes conversaram comigo sobre algumas coisas. — Tentou dizer aquelas palavras como forma de que prestassem atenção no que dizia. Chegando às escadas de emergência, a garota tomou a frente e se pôs a puxar a porta por conta própria, sem sucesso. Não se surpreendeu, virando-se para os outros dois, séria. — Fechada. E provavelmente, qualquer outro tipo de passagem pra fora desse andar também vai estar. — Vindo da direção do corredor que acabaram de sair, ouvia o som de mais duas lâmpadas estourando. Esperou alguns segundos depois, afim de conferir que não aconteceria mais nada que precisassem fugir. Voltou a encará-los, começando a explicar com pressa, mas sem perder a calma.

    Certo, escutem... De fato, não podemos nos separar. Não estou levando o que escutei em consideração, mas não é como se tivéssemos muitas opções. Ele não vai nos deixar sair daqui agora tivemos contato com ele. — Se lembrava das palavras de suas colegas, mantendo-se calma enquanto explicava aos rapazes o que sabia do assunto. — Este é o andar dos pacientes internados em estado grave... É aqui que, obviamente, a maior parte dos óbitos ocorre de todo o resto do hospital. As enfermeiras não souberam me dizer a data exata, mas há um bom tempo um dos pacientes morreu aqui por culpa de um médico, que o assassinou da forma que vimos. Deste então, de tempos em tempos, o... “Espírito”... Dele persegue os médicos que o encontram no estado que ficou no momento de sua morte. As enfermeiras conhecem esse espírito, mas elas o enxergam de pé ou então vagando pelos corredores mais vazios. Quem o enxerga morto, são apenas os médicos, de qualquer área... — Fez uma careta, sabendo que toda aquela história pra boi dormir seria motivo de risada para seus colegas. Ela mesma só havia escutado as enfermeiras contarem para não ser antipática em ignorar. — Muita coisa nisso deve ser apenas história... Mas não podemos negar o que acabamos de ver. E em nossos atuais cargos, estamos correndo certo risco aqui se for realmente verdade. Não ouvi dizer o que o fantasma faz com os médicos que resolve perseguir e não ouvi o famoso “nenhum sobreviveu pra contar”. E ao que parece, o fantasma faz todo o resto do andar adormecer, exceto quem estiver perseguindo. Então, deve haver alguma forma de sairmos daqui ilesos.
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    Mensagem por Rin Damien Dom Fev 01, 2015 1:01 am

    Precisara resistir a vontade de meter a mão na cara de Lavi ao ouvir o que aparentemente era para reconforta-lo, porém, não fora de todo ruim. Algo ao menos permanecia normal naquela situação. Seus amigos estavam ali, e mesmo que o pensamento o fizesse temer também pela segurança dos dois, poderia dizer que era certamente um alívio não estar sozinho. No entanto, o mais novo parecia achar que não era algo sobrenatural, mas ao menos tinha o pensamento certo de saírem dali e avisar sobre o ocorrido a outros o mais rápido possível. E é claro, a situação tinha que piorar. Quando as luzes passam a estourar uma após a outra, nenhuma palavra foi dita, nem mesmo em resposta à pergunta do moreno; apenas acompanhou o passo dos outros dois, resistindo à vontade de correr e ao mesmo tempo ao medo que queria paralizá-lo.

    Meneou a cabeça em confirmação à pergunta de Arthemis, e percebera que estava esmagando a mão de Lavi com a própria apenas quando pararam em frente às escadas de emergência, quando a soltou. A porta, é claro, se encontrava trancada, e Rin podia sentir o coração se acelerando conforme as últimas luzes estouravam e deixavam apenas o silêncio. Deixou o olhar vagar pelo corredor cautelosamente, antes de parar em sua veterana para ouvir o que ela tinha dizer, a postura tensa, tentando ao máximo controlar o temor dentro de si. Aceitava que estavam em uma situação que parecia estranha demais para ser real. Algo que mesmo considerando seus medos infantis, nunca achava que se encontraria em. E tinha que encará-la. Medo apenas nublaria seus pensamentos e o deixaria mais suscetível a o que quer que os estivesse perseguindo. Por que era tão difícil livrar-se dele?

    Deveria culpar-se, também, ao fato de ignorar completamente quando as enfermeiras começavam a falar de histórias daquele tipo no hospital. Nunca imaginara que nenhuma delas seria útil. Escutava Arthemis extremamente sério, tentando achar alguma resposta em meio às palavras, não duvidando por um momento sequer delas. – Vamos pensar direito nisso. – Começou, assim que achou sua voz, mantendo-a calma por puro autocontrole.  – Só porque nunca disseram o que acontecia com os médicos, não significa que era nada. Podem só ter encoberto os casos, ou serem menores. Estando lidando com uma história dessas, não podemos confiar no que não foi dito. Presumo que se conseguirmos ficar bem até o dia, as coisas voltem ao normal, porque com certeza notariam o andar inacessível. Mas... Tudo bem mesmo em só achar uma forma de passarmos o resto da madrugada? Não é tanto tempo, talvez não seja tão difícil, mesmo tendo que fugir, no pior dos casos. Mas se deixarmos a situação assim, vai continuar a acontecer, mesmo que não com a gente. – Respirou fundo novamente, percebendo que seu tom começara a se instabilizar. O que diabos estava sugerindo? Era idiotice, mesmo que fosse por, talvez, um bem maior. Queria apenas ficar quieto, sentar em algum canto, fechar os olhos e esperar que nada acontecesse. E é claro, não o fez, continuando.

    - Normalmente, quando uma pessoa é morta assim... Pode ficar presa a alguma coisa ou sentimento aqui. Se só tiver raiva, não sei o que podemos fazer. Se lembra de qualquer outro detalhe das histórias? – Sabia que Arthemis, se contara aquilo tudo, já estava acreditando, ou se adaptando, ao menos. Quanto a Lavi, esperava ceticismo. Uma pausa maior se fez presente. – Se concordarem comigo, vamos procurar algo que ajude. Mas claro, se preferirem outra coisa, estarei com vocês. – De modo algum iria sem os outros a qualquer parte daquele andar. E, como se lembrara, isto era o mais importante. Eu não estou sozinho.
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    Mensagem por Lavi Strauss Ter Mar 03, 2015 5:58 pm

             Sim, aquilo era parecido demais com um filme de terror, mas aquilo não era possível era? Esse tipo de coisa é apenas ficção... Quando Arthemis prontificou-se para abrir a porta e disse que estava trancada, Lavi quase não acreditara, mas a albina não fizera cara de quem estava brincando, ela sequer era o tipo de pessoa quem faz brincadeiras, ainda mais idiotas nesse momento, se algo assim tivesse vindo dele seria compreensível, mas ela não.
              - Espera, vocês não acreditam que isso seja um fantasma, acreditam? - Lavi suspirou, os considerava racionais demais para acreditar em algo assim... Mas devido aos fatos até ele mesmo poderia pensar isso, mas preferia negar enquanto pudesse. - Pode ser algum tipo de imitador, sei lá. E eu nunca ouvi as enfermeiras falarem isso e eu sou bem sociável com elas... Deixando isso de lado. Como assim um paciente foi assassinado daquela forma brutal por um médico e isso nunca saiu daqui? Como ninguém nunca comentou sobre isso? Isso não é uma coisa que poderia ser escondida assim tão facilmente, e família da vítima?
            Parou quando percebeu que estava vomitando as palavras e não falando, respirou fundo e suspirou para se acalmar um pouco, certo, precisava manter o controle, e seguir a logica do que falavam, mesmo não acreditando. E espera, as coisas que Rin dissera... Ele aparentemente tinha um conhecimento bastante aprofundado sobre espíritos, isso era de certa forma engraçada o que o fez esboçar um sorriso.
            - Acho que não descobriríamos muitas coisas, se nada foi revelado para mídia, dificilmente teria algo para vermos e descobrirmos sobre esse "paciente". - Pigarreou. - Mas façamos como queiram, eu estou com vocês nessa e como o Rin disse antes, devemos ficar juntos. - Disse calmamente, mas sentindo um calafrio ao lembrar-se de filmes de terror que já vira, sentia o suor escorrer frio por suas costas assim como pelas mãos, que momentos antes estavam dadas com a do seu veterano, esperava que ele não tivesse percebido isso.
                 Apesar de calmo e indiferente por fora, Lavi sussurrava mentalmente "fantasmas não existe, está tudo bem, fantasmas não existem" recitava essa frase repetidamente em sua mente como um mantra, como se isso fosse alterar a realidade que viviam no momento. No fundo o moreno sentia que era algo sobrenatural ali, mas se recusava aceitar isso. 
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    Mensagem por Arthemis W. Ter Mar 03, 2015 8:32 pm

    Aliviou-se em ver que apenas Lavi teimava em negar o que estava ocorrendo ali. Sabia que era difícil de acreditar, mas mesmo que o real parecesse improvável, não deixaria de acontecer só porque negavam pra si mesmo. Mas teriam um problema se o colega continuasse a hesitar tanto, pois iriam precisar do máximo de cooperação mútua pra que saíssem dali. Suspirou, observando o estado tenso no qual os dois se encontravam, de mãos dadas, provavelmente pelo nervosismo.
    Estava assustada, aquilo era óbvio. Mas aparentemente, estava mais calma do que os mais novos. Suspirou firme, recuperando a compostura e apoiando as mãos no rosto de Lavi, imitando o que ele mesmo fizera mais cedo com o loiro.

    Lavi, negar só vai prejudicar a nós três. Mantenha a calma e tente pensar com clareza. Você não vai sair por esta porta só porque não quer aceitar que estamos passando por algo que foge do normal. Agora, lembre-se que você mesmo disse que vai ficar tudo bem. Ok? — E soltou-o, sorrindo de maneira gentil.

    Ninguém me falou sobre ter sido algo que nunca saíra do hospital. Mas a polícia costuma parar de investigar um caso que não dá resultados durante muito tempo. E como foi há alguns anos... E Lavi, enfermeiras não vão contar histórias de fantasmas pra quem está flertando com elas. A maioria comenta bastante de você, mesmo as mais velhas. — Suspirou, vendo o quanto aquele comentário havia sido desnecessário. Balançou a cabeça, voltando ao que interessava. — De todo jeito... Mesmo que tenha algo na mídia, não há computadores nesse andar e não ando com meu celular no jaleco. Bem, eu assisto e leio algumas séries, filmes e livros de terror e assuntos... Semelhantes. — Disse, tentando não parecer muito duvidosa, embora Rin conhecesse seus gostos pra literatura. — E bem, muitos dizem as mesmas coisas, como funcionam, como são evitados... Acho que não custaria tentar. Há uma dispensa no final do corredor com coisas que poderíamos usar. Mas... É no corredor onde as lâmpadas explodiram primeiro. — Voltara-se a Rin, conhecendo o suficiente aquela expressão que ele fazia quando ele tentava manter a calma sob pressão.

    Sabia que ele não gostava quando simplesmente a pegava no computador vendo filmes de terror. Não reclamava, mas demonstrava claramente que não era um dos seus assuntos preferidos. Arthemis nunca o forçou a ver nada, pois respeitava o medo do rapaz, até porque ela mesma tinha medos bobos. Não poderia julgar ninguém. E pra piorar, o que ele mais temia estava acontecendo na frente dele. Era de se surpreender que o rapaz ainda estivesse disposto a pensar racionalmente, mas era uma das características que mais admirava em Rin. Sem saber como reconforta-lo, a albina se aproximou e pousou a mão no ombro do mais novo. Aproximou-se mais e o abraçara cuidadosamente, tentando passar um pouco mais de tranquilidade para ele. Logo distanciava e sorria, tentando convencê-lo de que ficaria tudo bem, apenas com o olhar. Mesmo que aquilo não tivesse nenhuma base sólida de que iria acontecer, sem um pouco de sorte. Teriam de se aproximar do corredor. De preferência, juntos. E ninguém ficaria para trás.
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    Mensagem por Rin Damien Ter Mar 03, 2015 9:21 pm

    Rin simpatizava, de certa forma, com Lavi. Era seu calouro, era uma pessoa decente às vezes, e era relativamente inteligente. Porém, o olhar que lançara ao outro quando ele começara a falar sobre a possibilidade daquilo não ser sobrenatural claramente dizia "Que tipo de idiota é você?" Entendia o ceticismo normal das pessoas, e ele próprio não gostava de pensar muito no assunto, mas quando aquele tipo de situação era jogada na cara deles... Se fosse um filme de terror, o moreno seria o primeiro a morrer. E o menor estava completamente disposto a ajudar, jogando ele na direção do fantasma se, ou quando a coisa aparecesse novamente. Imbecil.

    Felizmente, Arthemis, em uma calma que superava em muito a própria – que no momento era algo que estava tentando manter – disse a Lavi o que estava errado com a situação e qual seria o melhor jeito de contorna-la, também mencionando que ela própria poderia ser de alguma ajuda com os conhecimentos que possuía. Certo. Esquecera que sua amiga gostava um pouco demais de assuntos ocultos, mesmo que não espalhasse o fato por aí. Assim como ela não direcionava o assunto a si por saber que ele não gostava, o loiro não perguntava o que quer que fosse sobre o hobbie, e mantinham aquela harmonia. Ao menos seria extremamente útil naquela situação bizarra.

    Respirara profundamente, concordando com a cabeça sobre para onde deveriam ir. Não tinha como as luzes explodirem de novo, e possuíam pequenas lanternas que os dariam alguma visão. Se algo ruim acontecesse, correriam. Simples o suficiente. Observou a mais velha se aproximar e o abraçar em uma tentativa de reconforta-lo, e passou os braços em volta dela, aceitando o toque. Era semelhante ao abraço de uma mãe, quente e carinhoso, e mesmo que tivesse sido breve, começara a sentir certa coragem nascer em seu peito, facilitando levemente o processo de se acalmar. Ainda não estava feliz com nada daquilo, mas não era como se houvesse uma saída fácil. Virando-se para o corredor, e com o tom mais tranquilo do que estivera em vários minutos, incentivou. – Vamos?

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