A responsabilidade nata com os deveres que decidira assumir em sua vida era uma das características principais da personalidade de Rin. Em toda a faculdade de medicina – a graduação inicial, pelo menos – cumprira o horário sem atraso algum, com as melhores notas possíveis, trabalhando em meio período em um salão. Se tornara uma pessoa naturalmente cansada com a rotina que adotara conforme o passar dos anos, porém, ao iniciar o período de residência, percebera que a vida em um hospital conseguia ser bem mais estranha do que o haviam preparado para. Não que fosse pior. O loiro gostava dali, de certa forma, e vários colegas seus, inclusive sua melhor amiga, um ano adiantada no currículo, compartilhava o local de trabalho consigo. Os horários eram erráticos, e tinha que lidar com pessoas de todos os tipos. Mas era o que escolhera, e isto que importava.
Estava no presente momento encarando o plantão noturno, sem qualquer tipo de emergência ou pacientes que precisariam de sua atenção imediata. Às vezes ia aos quartos trocar e monitorar medicamentos, mas no geral, andava, sentava-se na sala de descanso dos médicos, tomava alguns copos de café, e reiniciava a rotina. Não se sentia particularmente cansado; de fato, talvez tivesse tomado um pouco demais daquele líquido, e pela primeira vez em muito tempo sentia uma energia quase não natural correr por suas veias. Decidiu checar novamente os pacientes, e dar uma pequena volta no hospital enquanto isso. Estava a meio caminho de um dos quartos, em uma área particularmente vazia, quando a iluminação decidiu falhar, e o corredor foi mergulhado em uma profunda escuridão. O hospital possuía luzes de emergência para aquele tipo de situação, as quais não pareciam se acender.
Fora o suficiente para Rin parar, cauteloso, e tentar ouvir algo na ambientação local. Nenhuma voz alarmada. Nenhum outro médico, ou qualquer trabalhador, à vista. Os pacientes com certeza dormiam. Nunca admitiria aquele fato para ninguém, contudo, estava mais do que um pouco infeliz com a situação. Ren o forçara a ver filmes de terror demais quando era obrigado a passar tempo na casa do pai, e o assustara propositalmente durante toda a infância, sendo aquela uma das ideias daquela coisa de diversão. Conforme crescera, aprendera a não demonstrar qualquer sinal de se abalar com ficção e fatos sobrenaturais, mas não significava que achava que não existiam. Poderia se sentir extremamente idiota, sendo alguém tão racional, mas preferia acreditar em algo estranho do que não acreditar e tê-lo atacando algum momento em sua vida. Não que qualquer coisa fosse acontecer. Não.
Em passos lentos, começou a andar, a expressão completamente neutra em sua face, pensando apenas em chegar a seu objetivo prévio. No entanto, ao virar a esquina no corredor, congelou. Havia uma silhueta bem no centro, sem emitir qualquer sinal de movimento. De fato, não parecia nem estar apoiada sobre os dois pés, apesar de se encontrar na vertical, entretanto ainda tinha uma forma suficientemente humana para não achar que era apenas equipamento do hospital deixado no meio do caminho. O que já seria suficientemente estranho. E aos pés do que quer que fosse... O chão estava completamente enegrecido por algum tipo de líquido.
Seus instintos médicos trabalharam rápido, o que fora um alívio, pois outros o diziam que deveria sair dali naquele momento. Mesmo com a visão ainda não acostumada à escuridão, aproximou-se, estreitando o olhar para conseguir ver melhor. Repentinamente, lembrou que possuía uma pequena lanterna, que usava para exames médicos, e não demorou a retirá-la do bolso do jaleco e apontar a luz diretamente à sua frente. A visão fora o suficiente para gelar seu sangue. Uma pessoa. Amarrada a um suporte de substâncias intravenosas, que no caso, possuía uma bolsa de sangue, que ao seguir com o feixe de luz, estava rasgada, o conteúdo espalhado tanto na pessoa quanto no piso. Não soube quanto tempo ficara parado, apenas encarando o corpo, mas teve noção do primeiro pensamento que entrara em sua mente. Esse é um jeito idiota demais de se morrer. Não pode ser a causa da morte. Ou...?
Estava no presente momento encarando o plantão noturno, sem qualquer tipo de emergência ou pacientes que precisariam de sua atenção imediata. Às vezes ia aos quartos trocar e monitorar medicamentos, mas no geral, andava, sentava-se na sala de descanso dos médicos, tomava alguns copos de café, e reiniciava a rotina. Não se sentia particularmente cansado; de fato, talvez tivesse tomado um pouco demais daquele líquido, e pela primeira vez em muito tempo sentia uma energia quase não natural correr por suas veias. Decidiu checar novamente os pacientes, e dar uma pequena volta no hospital enquanto isso. Estava a meio caminho de um dos quartos, em uma área particularmente vazia, quando a iluminação decidiu falhar, e o corredor foi mergulhado em uma profunda escuridão. O hospital possuía luzes de emergência para aquele tipo de situação, as quais não pareciam se acender.
Fora o suficiente para Rin parar, cauteloso, e tentar ouvir algo na ambientação local. Nenhuma voz alarmada. Nenhum outro médico, ou qualquer trabalhador, à vista. Os pacientes com certeza dormiam. Nunca admitiria aquele fato para ninguém, contudo, estava mais do que um pouco infeliz com a situação. Ren o forçara a ver filmes de terror demais quando era obrigado a passar tempo na casa do pai, e o assustara propositalmente durante toda a infância, sendo aquela uma das ideias daquela coisa de diversão. Conforme crescera, aprendera a não demonstrar qualquer sinal de se abalar com ficção e fatos sobrenaturais, mas não significava que achava que não existiam. Poderia se sentir extremamente idiota, sendo alguém tão racional, mas preferia acreditar em algo estranho do que não acreditar e tê-lo atacando algum momento em sua vida. Não que qualquer coisa fosse acontecer. Não.
Em passos lentos, começou a andar, a expressão completamente neutra em sua face, pensando apenas em chegar a seu objetivo prévio. No entanto, ao virar a esquina no corredor, congelou. Havia uma silhueta bem no centro, sem emitir qualquer sinal de movimento. De fato, não parecia nem estar apoiada sobre os dois pés, apesar de se encontrar na vertical, entretanto ainda tinha uma forma suficientemente humana para não achar que era apenas equipamento do hospital deixado no meio do caminho. O que já seria suficientemente estranho. E aos pés do que quer que fosse... O chão estava completamente enegrecido por algum tipo de líquido.
Seus instintos médicos trabalharam rápido, o que fora um alívio, pois outros o diziam que deveria sair dali naquele momento. Mesmo com a visão ainda não acostumada à escuridão, aproximou-se, estreitando o olhar para conseguir ver melhor. Repentinamente, lembrou que possuía uma pequena lanterna, que usava para exames médicos, e não demorou a retirá-la do bolso do jaleco e apontar a luz diretamente à sua frente. A visão fora o suficiente para gelar seu sangue. Uma pessoa. Amarrada a um suporte de substâncias intravenosas, que no caso, possuía uma bolsa de sangue, que ao seguir com o feixe de luz, estava rasgada, o conteúdo espalhado tanto na pessoa quanto no piso. Não soube quanto tempo ficara parado, apenas encarando o corpo, mas teve noção do primeiro pensamento que entrara em sua mente. Esse é um jeito idiota demais de se morrer. Não pode ser a causa da morte. Ou...?