Os dedos longos tamborilavam na lateral da caminhonete, em um ritmo contínuo, ao que acompanhava a música alta tocada pelo seu celular. O som era pesado, e, ao contrário da lata-velha que dirigia, o celular possuía potência suficiente para deixar os instrumentais machucarem seus ouvidos, além dos de qualquer pessoa próxima demais. Um sorriso amplo se exibia na face da mulher, o que seria bastante agradável, se aquilo não deixasse exposta perfeitamente a forma como mastigava um chiclete de tutti-frutti qualquer, bolas cor-de-rosa escapando de seus lábios cheios com certa frequência, e as quais estourava de forma a acompanhar algumas das batidas da bateria. E se todos detalhes não exibissem claramente a animação que sentia, talvez a forma como acompanhava algumas notas altas deixasse tudo mais evidente... E até para quem não tinha interesse em saber. Fora encarada por pessoas algumas vezes, cumprimentou a maioria com gestos obscenos ou piscadelas divertidas; que todos se fodessem, afinal, estava prestes a encontrar seu irmãozinho, e aquilo era o que lhe importava.
Já dentro da cidade, não demorou muito para encontrar a rua que lhe fora indicada pelo caçula. Parara algumas vezes, claro, para confirmar o caminho que tomava, e uma outra vez para comprar mais um pacote de chicletes, mas nada que fugisse dos conformes, tanto que chegara muito mais cedo do que pretendia. Bom, seria uma surpresa. Sabia que Nero não gostava de surpresas, mas que ele se danasse... Órion adorava surpresas! E adorava muito mais surpreender quem odiava surpresas. Ah, aquilo seria maravilhoso, sentira falta de implicar com seu irmãozinho. Com um sorriso agradado, encontrou a numeração correspondente ao seu destino, e estacionou a caminhonete em uma outra rua, já que aquela era apertada para um automóvel tão grande. Desceu do transporte, o corpo sendo esticado rapidamente, em um alongamente improvisado - simplesmente por estar cansada de todo o tempo em que passara sentada -, e logo recolheu a mochila, apoiando-a sobre um dos ombros, enquanto a mão livre se ocupava em encaixar um dos fones no ouvido. O celular logo fazia silêncio para toda a vizinhança, mas explodia seus tímpanos diretamente, o heavy metal fazendo a mulher mexer a cabeça de forma repetitiva, enquanto caminhava a passos lentos e tranquilos, cortando a distância até seu destino final.
Fora com um assobio que elogiara a mansão, seu olho bom subindo e descendo por toda pequena parte do enorme local, antes que risse divertida. Não conseguia imaginar Nero trabalhando em um lugar tão chique, e, muito menos, se imaginava entrando em um ambiente como aquele. Talvez a melhor opção fosse conversar brevemente com o irmão, deixá-lo com o presente que havia trazido, e, simplesmente, arranjar um espacinho em qualquer hotel da cidade. Não ficaria ali por muito tempo, mesmo. A não ser que arranjasse um trabalho por ali, aí, talvez, pensasse em se mudar de vez. Seu dedo se afundara no botão que indentificara como a campainha, e sequer se preocupou em libertar um dos ouvidos da música alta, enquanto encarava o interfone. Apenas aguardou até o objeto mostrar sinal de uso - uma luzinha verde brilhando -, antes de praticamente gritar, incapaz de controlar o tom da própria voz. Oooi?! É aqui que Nero moraaaa? E tomou a forma como o portão fora destrancado como uma afirmação. Sorriu largo, adentrando o ambiente sem pensar duas vezes.
Já dentro da cidade, não demorou muito para encontrar a rua que lhe fora indicada pelo caçula. Parara algumas vezes, claro, para confirmar o caminho que tomava, e uma outra vez para comprar mais um pacote de chicletes, mas nada que fugisse dos conformes, tanto que chegara muito mais cedo do que pretendia. Bom, seria uma surpresa. Sabia que Nero não gostava de surpresas, mas que ele se danasse... Órion adorava surpresas! E adorava muito mais surpreender quem odiava surpresas. Ah, aquilo seria maravilhoso, sentira falta de implicar com seu irmãozinho. Com um sorriso agradado, encontrou a numeração correspondente ao seu destino, e estacionou a caminhonete em uma outra rua, já que aquela era apertada para um automóvel tão grande. Desceu do transporte, o corpo sendo esticado rapidamente, em um alongamente improvisado - simplesmente por estar cansada de todo o tempo em que passara sentada -, e logo recolheu a mochila, apoiando-a sobre um dos ombros, enquanto a mão livre se ocupava em encaixar um dos fones no ouvido. O celular logo fazia silêncio para toda a vizinhança, mas explodia seus tímpanos diretamente, o heavy metal fazendo a mulher mexer a cabeça de forma repetitiva, enquanto caminhava a passos lentos e tranquilos, cortando a distância até seu destino final.
Fora com um assobio que elogiara a mansão, seu olho bom subindo e descendo por toda pequena parte do enorme local, antes que risse divertida. Não conseguia imaginar Nero trabalhando em um lugar tão chique, e, muito menos, se imaginava entrando em um ambiente como aquele. Talvez a melhor opção fosse conversar brevemente com o irmão, deixá-lo com o presente que havia trazido, e, simplesmente, arranjar um espacinho em qualquer hotel da cidade. Não ficaria ali por muito tempo, mesmo. A não ser que arranjasse um trabalho por ali, aí, talvez, pensasse em se mudar de vez. Seu dedo se afundara no botão que indentificara como a campainha, e sequer se preocupou em libertar um dos ouvidos da música alta, enquanto encarava o interfone. Apenas aguardou até o objeto mostrar sinal de uso - uma luzinha verde brilhando -, antes de praticamente gritar, incapaz de controlar o tom da própria voz. Oooi?! É aqui que Nero moraaaa? E tomou a forma como o portão fora destrancado como uma afirmação. Sorriu largo, adentrando o ambiente sem pensar duas vezes.