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    [#02] O Judas de Leão - Parte II

    Rin Damien
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    [#02] O Judas de Leão - Parte II - Página 2 Empty Re: [#02] O Judas de Leão - Parte II

    Mensagem por Rin Damien Ter maio 13, 2014 12:38 pm

    Ao menos havia chance de parte da bagunça que estava acontecendo na nave ser consertada, constatou Rin ao ouvir a voz de Harold no comunicador. Era estranho como a situação de pessoas sendo transformadas em zumbis havia virado um pano de fundo. Os guerreiros poderiam ter lidado com os cidadãos da nave facilmente. Heike do jeito que estava, no entanto, era algo em um nível completamente diferente. Isto também era em parte culpa do capricorniano, então pelo menos ele conseguira fazer algo certo, mesmo estando apenas com um braço. O som doentio de ossos se quebrando cortou seus pensamentos, o fazendo desviar o olhar do corredor para os dois que presumira que estavam tendo uma luta em parte equilibrada, ainda que difícil. O que seus olhos viram não poderia o provar mais errado.

    A série de eventos pareceu acontecer rápido demais. Já não bastavam três fatalmente feridos, não. Nero entrara para o clube. O que seus ouvidos haviam captado fora a perna do regente de touro sendo quebrada, mas olhara a tempo de vê-la sendo arrancada. Piercings, também, juntamente com a pele. Garras cravadas no corpo. A orelha, também arrancada. Porém, no segundo seguinte, mesmo com todos os ferimentos, o taurino parecera finalmente reagir, invertendo os papeis. O virginiano não sabia como ele conseguira, mas a pequena esperança do que quer que Heike se tornara ser contido se apagara no mesmo instante que Nero parecera desistir. Rin não sabia o que pensar de tudo aquilo. Sua mente trabalhava rapidamente, pensando. Ele vai morrer. E não havia nada que pudesse fazer. Não poderia fazer nada sem chamar a atenção do ariano para si, e isto não era esperto, também contando com o fato de que teria de deixar Aya sozinho, como alvo em potencial. Ele não estava disposto a morrer por idiotice própria e alheia. Porém, o fato de não poder ajuda-los... Sentia como se algo pressionasse seu peito novamente. Estava se cansando daquela sensação.

    Não teve muito tempo para esperar a morte alheia, contudo, ao ver que a única ajuda que poderiam ter finalmente chegara. Não havia necessariamente demorado, mas custava o aquariano ser um pouco mais rápido? Ainda, mesmo que de certa forma, Zion lhe dera ouvidos. Ou talvez fosse qualquer por outra razão, mas não importava, já que ele não se isolara da situação e, momentos depois, efetivamente conseguira afastar Heike. Então ele sabia fazer algo além de construir robôs, se sujar e tomar todo o café disponível. Seus pensamentos eram sarcásticos pela forma que aquele regente ainda o irritava profundamente, mas teria que admitir; nesta situação, ele fora essencial. Porém, não pensou demais nisso, olhando uma última vez para a luta que se desenrolava, e outra para Aya, constatando que precisaria deixa-lo sozinho por alguns momentos. Não poderia pedir para ninguém além dos guerreiros leva-lo a outro lugar. Perigoso demais. Mas agora, era mais seguro deixá-lo do que anteriormente.

    Correu para perto onde Nero havia sido colocado, começando a usar seus poderes sem pensar duas vezes. Teria que confiar que o ariano estava sendo contido e se focar no que tinha que fazer. Fechou o buraco de onde estaria a orelha, e os ferimentos no rosto alheio. Sabia que o taurino preferia ficar com cicatrizes, mas seu rosto ficara novo em folha; ele que ousasse reclamar. Em seguida, fechou o local em que a perna fora arrancada. Mais um que não merecera tamanha violência. Suspirou, parando para examinar a extensão do dano das garras de Heike. Eram ferimentos profundos, mas só precisava— Parou por um segundo, percebendo algo. Sabia notar extremamente bem quando sua energia estava chegando ao limite. E, se chegasse, não seria agradável tanto para si como para as pessoas que estavam se ferindo a sua volta. Não se sentia cansado, mas era fato de que não poderia usar muito mais de seu poder. Provavelmente era a gravidade da situação que o estava mantendo de um lado pra o outro tão efetivamente. Xingou mentalmente, tomando uma decisão. Era o que podia fazer por eles, então o faria, ainda que dentro de seus limites. Curou os ferimentos internos que as garras haviam feito, fechando minimamente a pele por fora. É, isto deixaria uma cicatriz. Ao menos uma felicidade para Nero. Examinou o resto do corpo, notando que de grave, já curara quase tudo. Faltavam os pulsos quebrados. Tentaria deixá-los minimamente no lugar certo e imobilizá-los. A partir daí, o tempo resolveria.
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    [#02] O Judas de Leão - Parte II - Página 2 Empty Re: [#02] O Judas de Leão - Parte II

    Mensagem por RenWalker Qui maio 15, 2014 7:34 pm

    Minha cabeça...

    Levou a mão ao topo da cabeça, gemendo baixo de dor. Por algum motivo desconhecido, Ren sentia frio.
    Abraçou-se fortemente enquanto caminhava pelos corredores e ouvia o comunicado, mantendo seu arco em suas costas. O ruivo, contudo, deu de ombros, tremendo um pouco ali. O mais engraçado era que a temperatura ambiente estava alta, então... Por que estava com tanto frio?
    Não se importaria com qualquer um infectado que aparecesse em sua frente, afinal, era indiferente para o sagitariano, aos poucos tomado pela frustração e pelo rancor, que cada vez mais cobria seu coração de podridão, escondendo todo aquele espírito livre e vívido do rapaz.

    O que você faria se estivesse em meu lugar, Dio...? Eu falhei... Falhei com meu pai, falhei com você... E agora, Harold e Heike. E, pelo visto, falhei com Tae também... Então por que Abel confiou em mim?

    Aquele sentimento horrível no peito; o sabor desgostoso em sua boca e algo travando sua garganta, sensações que Ren - e qualquer um que não fosse tão masoquista assim - odiaria ter, e não se perdoaria, em condições perfeitas, de tê-las. Era como se seu interior estivesse sendo preenchido por algo ruim, muito ruim.

    Rancor.

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    Não ajudaria o pequeno Ren subir naquele tronco, afinal, ele logo se tornaria um homem e teria de aprender a se virar. Não que Ren ligue, até porque ele adorava cair de bunda no chão e aprender o que errou. Dimitri encostou-se à arvore, cruzou os braços e observou o inquieto menino de apenas nove anos, que acabara de perder um dente de leite, subir num tronco. O pai riu baixo da situação; o pequeno loiro rindo e todo bobo se chando o rei do mundo, e nunca estivera tão contente. Dimitri o sondava; caso o menino mostrasse algo que pudesse fazê-lo cair - um sinal, no caso -, o pai o seguraria.

    Papai, olha! Eu sou o rei do mundo! ─ Todo pomposo, colocou as mãos na cintura, empinando o nariz e uma perna de cada lado do tronco. Quase caiu dali, mas Dimitri o segurou e o colocou de volta no lugar. ─ Eu não vou cair, papai!

    Você acabou de perder um dente. Quer perder mais um? ─ Riu.

    Logo eles crescerão e eu ficarei muito lindo! ─ Desde pequeno, Ren era incorrigível.

    Não se quebrar a cara no chão. ─ Riu mais uma vez, mas logo cessou o riso. ─ Enfim, Ren... O que é mais forte que o medo?

    Hn... ─ Levou a mão ao queixo. ─ O que é mais forte que o medo... Não sei... Coragem?

    Quase isso. A esperança é mais forte que o medo, então não importa o tamanho do problema que estiver diante de si, nunca, nunca mesmo, se deixe abater...

    Eu tenho esperança, papai!

    Eu sei que tem, meu filho... E agora me responda. O que liberta nossa alma? O que nos torna mais fortes para prosseguir, sobre nós mesmos?

    Não sei, papai... O que é?

    O perdão. ─ A resposta havia sido dada com um tom de seriedade, assim como a feição de Dimitri. ─ Nunca deixe seu coração se tornar negro pelo rancor, meu filho... E é por isso que estamos aqui.


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    "E é por isso que estamos aqui..."

    Eu nunca entendi isso... Nunca, em toda a minha vida. Por que quem fica perto de mim, acaba sofrendo? E Kain... O que é que esse desgraçado quer? O que eu fiz pra ele...?

    Respirou fundo, caminhando sem pressa alguma, sem rumo e, por um minuto, ignorando totalmente a existência de qualquer um naquela nave. Ren era o espírito jovial da justiça e bondade, e embora Libra fosse a balança, Sagitário era o signo da justiça. Assim como Aquário, ele também é questionador e solto, ao mesmo tempo que tenta ver todos os lados e tentar compreender diferentes pontos de vista. O que isso tem haver? Bom, Ren não gostava de agir por impulso quando se tratava de um assunto sério envolvendo a vida de alguém, porque, afinal, quem era ele para julgar um ser humano? Ele era outro ser humano, estavam em igualdade! E aquele momento era extremamente crítico para simplesmente parar e pensar sobre a própria vida. Era egoísmo e o sagitariano sabia bem disso, só não conseguia evitar.

    Ren levou a mão ao peito, e começou a pensar cada vez mais em besteiras. Seu coração tornou-se escuro como o céu noturno nublado e seus olhos perderam a vivacidade de sempre. Sua cabeça estava baixa, os passos cada vez mais devagar, e o que o mantinha de pé, olhando sua frente e mirando sua flecha ao longe para que ele mesmo pudesse buscá-la, agora mirava em seu próprio coração, atirando a flecha e o matando aos poucos. Não literalmente.

    Kain poderia ter feito algo com meu pai... Afinal, Tae estava muito estranho sobre, eu sinto que posso confiar nele sobre ter algo errado. Se Kain fez mal ao meu pai e agora tá vindo fazer o mesmo comigo, o que ele ia querer de mim?

    Aos poucos, abria mais os olhos.

    Ele poderia ter... Espera...

    A ficha poderia ter caído.

    Agora tudo faz sentido... O porquê de Abel não dizer nada... Ele sabia que Louis era o traidor, certo? Mas não poderia dar um passo em falso sequer. Além do mais, se Kain se tornou tão poderoso assim e ponto de descontrolar o Heike e tragédia com o Haro... Não, Kain não pode ser tão filho da puta assim...

    Consumido pela raiva, respirou fundo, cerrando o punho.

    Seu senso de justiça se tornou algo deturpado. Afinal, ele era o recipiente, certo? Ele sabia que Lilith buscava um recipiente, só não fazia ideia de que já havia um e era ele mesmo.

    E se... Kain quer tirar tudo de mim só pra afetar Abel...? KAIN QUER TIRAR TUDO DE MIM!

    Seus olhos se encheram d'água, e a sensação horrível em seu peito só crescia. Diferente de Heike que perdia a consciência e agredia os outros, Ren continuava consciente, mas afetava a si mesmo. Sua mente começou  ficar bagunçada; uma sujeira de ideias e pensamentos em conjunto com o coração rancoroso que acabara de ser moldado, mas não terminado. Levou suas mãos aos próprios cabelos e arrancou alguns fios, chorando o mais algo que podia e fazendo um escândalo, mas não era exagero ou algo assim.
    Lilith só resolveu dar um oi.

    TIROU DIO, TIROU LEI, AGORA HEIKE? O QUE VOCÊ QUER?! EU VOU AMALDIÇOAR TODA SUA FAMÍLIA! EU VOU CORRER ATRÁS DE VOCÊ E VOU TE DESTRUIR!

    Bateu com força a cabeça na parede do corredor, e tampouco sentiu dor ao fazê-lo. Socou a parede várias vezes, mas não durou muito, pois seu "tempo de fúria" terminara. Perdeu as forças, o rosto úmido pelas lagrimas que caíram em suas bochechas, e encostou a testa na parede, ainda chorando.

    Pai, Tae... Me perdoem...

    Afastou-se da parede, apanhando seu arco e preparando sua própria energia para a flecha que controlaria a energia negra de Heike.

    Me perdoem, porque eu deixei meu coração ser tomado pelo medo e pelo rancor... Não há esperança agora, e tampouco perdão.

    Ergueu a cabeça, enxugando as lágrimas e seguindo o caminho até que encontrasse Heike. A situação não estava nada bem, e só ali Ren, de fato, tomou ciência da gravidade do ocorrido. A cena a sua frente, a imagem diante de seus olhos, era algo tomado pelo ódio e destruição; Como aquilo aconteceu? E por quê? Aos poucos juntando as peças e já sabendo o que fazer, colocava-se em prontidão.

    Ah, mas ele não choraria mais. Não mais, não antes de agir.

    Todavia, alguém estava à sua frente. Reconheceu que era Zion, mas não mediria esforços para acertá-lo, ainda mais no estado mental que se encontrava. Mas ora, era apenas energia... E Zion não tinha ligação com Kain ou Lilith, certo? Ainda que estivesse com o pensamento cheio de coisas ruins e o coração rancoroso, Ren pensou que apenas energia não fosse causar tanto impacto assim. E sem dizer uma palavra de imediato, suas mãos tornaram-se leves no ar, e formou uma flecha feita com a energia de sua constelação. O azul se tornando vívido à medida que era feito, e os dígitos, guiando as flechas, tocavam o arco. A pontaria de Ren era perfeita; mirou exatamente um pouco abaixo do peitoral de Heike e atirou a flecha, que sem demora atingiu tanto o ariano quanto o aquariano. Antes que alguém pudesse - ou não - cair sobre o chão, se manifestaria, direcionando-se ao único "inteiro" ali: Zion.

    Zion... Kain, ele está...

    Sem antes terminar o que queria dizer, Ren revira os olhos, seu corpo perde totalmente a força e logo os seus olhos eram fechados. Seu corpo caiu ao chão, gélido. Parecia que estava morto, no entanto, ainda mostrava sinais vitais. Apenas ficava desacordado.
    O arco também caiu no chão.
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    [#02] O Judas de Leão - Parte II - Página 2 Empty Re: [#02] O Judas de Leão - Parte II

    Mensagem por Harold Wilhelm Sáb maio 17, 2014 4:10 am

    Um grupo de civis se amultuara num dos corredores, provavelmente perdidos dos demais. Antes estavam em conflito, a maioria colocando a culpa em um dos homens, que parecia ser o responsável por ter desviado o rumo deles do resto do grupo. Pra que tanto alvoroço? Por causa de três ou quatro infelizes que não colocaram máscaras na hora precisa e foram infectados. Harold parou e coçou o pescoço com o indicador da prótese mecânica. Ora essa, eles ainda estavam daquele jeito? Já havia soltado o antídoto no ar em forma de gás. Um deles veio em sua direção lentamente, como um retardado cego, surdo e faminto. O albino continuava parado, deixando algumas das pessoas sóbrias presentes já nervosas pela falta de reação do Capricórnio. Não vou reagir a isso, é ridículo... Agarrou a própria máscara e retirou-a, enfiando a mesma na face de um dos "perdidos". Estendeu o braço de metal na direção do infectado, que o agarrou e o abocanhou, arrastando os dentes sobre a superfície metálica.

    Gostou do tempero? ─ Forçou o braço para cima, levantando o homem que se pendurava pelos dentes. Aquilo foi a coisa mais idiota que já se viu fazer em toda sua existência. Revirou o olhar e arremessou o mesmo por cima de outro que estava ali, também sob efeito do veneno. Harold não estava sentindo nenhuma alteração. Sinal de que o veneno no local já havia sido dissipado, e novas infecções não eram mais possíveis. ─ Vocês aí, podem tirar as máscaras. ─ Ordenou, curto e grosso. Os indivíduos não entenderam, mas também não fizeram menção de discutir com o capricorniano. "Podem tirar as máscaras" soava como "Tirem as máscaras ou eu tiro a cara de vocês", mesmo contra a vontade de Harold. Algum problema no Mercúrio de seu Mapa Astral estar no "lugar errado", talvez.

    Interessante foi que os infectados pararam de se mover. Os caídos continuaram no mesmo lugar, e os que estavam de pé por sua vez, caíram desacordados. Talvez o antídoto inalado já estivesse fazendo efeito. Rin pensou bem. Agachou-se ao lado de um deles e verificou se estava vivo de fato. Estava, mas com a pressão quase nula. Precisariam de cuidados médicos, sem contar que, se todos os que foram infectados estavam naquelas condições, a equipe médica comandada por Rin teria um longo trabalho pela frente. Ligou seu comunicador diretamente com o do virginiano, usando o rastreamento de sinal do mesmo para localizar a posição do regente. Arthemis também servia para isso, além de tudo mais. Em passos rápidos, mas não corridos, constatou que não estivessem longe dali.

    Rin, sua dedução sobre os efeitos do antídoto nos infectados funcionou, parabéns. Espalhe sua equipe pelos corredores das naves. Os infectados pararam de agir de forma ofensiva, mas estão em péssimas condições. ─ Aconselhou, mantendo o comunicador ligado caso ouvesse alguma objeção do virginiano. Não se ateve tanto a isso, todavia, já que um mau pressentimento assolava-lhe a mente. Coisa que raramente acontecia, vindo de um instinto tão falho quanto era o seu. Aquilo forçou-lhe a acelerar o ritmo. Mas o corpo do albino ainda estava fraco pela falta de sangue. A transfusão feita havia sido suficiente apenas ao ponto de lhe manter acordado e de pé. E claro, para que não morresse por hemorragia. Provavelmente, precisaria também ficar no soro durante algumas horas depois daquela confusão.

    Deixou um "tsc" escapar, ignorando a própria situação e mandando a tontura para a casa do caralho. Porém, todos os seus sintomas eram insignificantes perante a cena que conseguiu presenciar ao chegar no local exato, na hora em que toda a situação desfechou no que parecia ser um único segundo.

    Zion e Heike levando uma flechada só, disparada por Ren. Rin num canto junto de Nero, que imaginou estar, antes de Rin alcançá-lo, bem pior do que apenas estar sem metade de uma perna. Quem era ele pra reparar nisso, afinal? Assim que Ren disparou com seu arco, o ruivo desabou ao chão e delirou algumas coisas, que Harold não conseguiu escutar com muita precisão.

    Direcionou-se ao Sagitário, levantando-o pelo braço e prendendo seu corpo a si. Levou-o até Rin e Nero, deixando o mesmo encostado na parede e voltando-se em direção à Zion e Heike. Percebeu a flecha ser atirada, e seja como for, Zion não estava ferido mesmo estando na frente. Não sabia para quê aquele disparo servia, mas Heike estava sendo afetado. Mas a atenção do albino era diretamente ligada ao seu irmão. Não estava enxergando quase nada, então não podia analisá-lo com precisão para saber se algo havia acontecido com ele, assim como deveria estar acontecendo com o Áries. Sentiu os joelhos falharem e desta vez, teimosia não foi suficiente para mantê-lo de pé. O joelho esquerdo bateu contra o chão, fazendo a visão de Harold já turva começar a girar num sentido que não parecia nem horário, nem anti-horário. Balançou a cabeça. Não era hora para perder a consciência. Pelo menos, não de novo. Manteria-se acordado, até ter a certeza de que o carneiro não representava mais perigo pra nenhum deles ali. Hipocrisia vinda do albino, não? Mas aquilo só teria graça se fosse o verdadeiro Heike a fazer aquilo tudo. E aquele, definitivamente, não era o ariano dentro de si próprio. Harold mexeu com um inimigo latente, sem saber. Aquilo não era uma ameaça para ele, mesmo que fosse para sua vida e para com a dos demais. Mas se fosse arrumar uma razão... Rin salvou sua vida. Então pelo menos, serviria de escudo para o Virgem, caso o pior acontecesse. Não gostava de dívidas, afinal.
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    [#02] O Judas de Leão - Parte II - Página 2 Empty Re: [#02] O Judas de Leão - Parte II

    Mensagem por Zionga Sáb maio 17, 2014 1:46 pm

    Fora tudo muito rápido para que o aquariano entendesse de onde aquela dor havia surgido. Não era nada parecida com as queimaduras, choques e cortes que estava acostumado a receber por tanto mexer com máquinas. Era diferente, tomava conta de todo o seu corpo e parecia iniciar-se dentro de si. Uma sensação forte e assustadora o suficiente para que suas mãos se desfizessem do enlace sobre o pescoço de Heike antes processar se ele era ou não uma ameaça ainda.

    Dera alguns passos para trás, afastando-se do ariano como se ele fosse seu maior temor. Nunca havia sentido tanta fraqueza e isso lhe dava um sentimento de incompetência e incerteza qual tanto detestava. Suas duvidas e medos estavam estampadas em seu rosto, que empalidecera de uma forma instantânea. Levou o olhar para o abdômen, onde era o foco maior da dor, o que só deixara o aquariano ainda mais apavorado, fazendo-o levar as mãos para aquele ferimento. Era um ato idiota e de desespero, já que o sangramento não parecia que iria parar só com um pouquinho de pressão de suas palmas ─ que já estavam exarcadas com aquele vermelho escarlate.

    Não ouvira antes o chamado de Ren, estava ocupado demais sendo atingido por seus próprios pensamentos. Então fora um espanto para Zion quando dera uma boa olhada no local a sua volta. O sagitariano e o capricorniano ali, estatelados no chão, igual a todos os outros regentes. Ou melhor, quase todos. Prendeu sua visão em Rin ainda de pé e então recebera uma dose dos piores sentimentos de todos. Por que tinha que ser justo ele a pessoa que via seu fracasso? Certamente iria morrer. O virginiano não iria lhe atender com tais ferimentos, não depois de ter priorizado aqueles que gostava.

    Retornou a dar alguns passos, porém dessa vez fora para trás, batendo as costas contra uma outra parede ali e deixando-se escorregar-se por ela. Sua visão começava a desfocar, porém não deixara de notar quando uma silhueta feminina aparecera rente a si. Aquele risinho que tanto tentara esquecer novamente ali, atravessando sua mente como o vento.

    ─ Parabéns por se tornar o inútil mais uma vez, Zionell... Eu te avisei que a nave não era o lugar para você. Seu passado só se repetiu de uma forma pior. Ignorado por todos, isolado e agora, morrendo. Um ótimo final para alguém que não dá ouvidos a sua própria mente. ─ A voz lhe atingia como tiros, fazendo sua dor aumentar, sua cabeça doer a ponto de explodir e tudo a sua volta girar até que o negro dominasse seu visão e seu consciente.
    Esclarecendo as coisinhas:
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    [#02] O Judas de Leão - Parte II - Página 2 Empty Re: [#02] O Judas de Leão - Parte II

    Mensagem por Heike_Walker Sáb maio 17, 2014 9:56 pm

    Estava tão concentrado com a sensação deliciosa que era ter a carne do moreno tão quente e tenra lhe envolvendo os dedos que se divertia rasgando os órgãos por dentro com as garras e até mesmo se excitava com aquela quantidade de sangue que deixava seu corpo e com os espasmos de dor que ele sofria, assim como o som molhado que os órgãos sendo dilacerados faziam e com os sons de dor que escapavam seus lábios.

    Com toda aquela distração não era de se surpreender que já se considerava vitorioso, afinal o moreno sequer reagira a qualquer um dos ataques que fizera, então também não era de se surpreender que viu tarde demais o golpe por parte dele vindo. Porém, apesar da dor o regente não demonstrou qualquer surpresa ou medo ao ser atingido por ele, apenas ficou imóvel, aceitando toda aquela violência bruta com um olhar vidrado em seu rosto. Ah, sim, agora finalmente iria se divertir? Iria enfrentar um inimigo a altura? A própria carne machucada e a dor que se alastrava pela cabeça eram indiferentes para o ariano que se tornava um pecado, muito pelo contrário, tais coisas lhe serviriam apenas como um impulso para revidar com cada vez mais força assim que ele abrisse uma brecha. Todavia, o contra ataque violento acabou tão rápido quanto começou e foi com um grande choque que percebeu que ele desistia, e pasmem, começava a chorar em seu ombro.

    Que merda de guerreiro era aquilo? Era realmente ele que considerava o mais forte de todos naquela nave anteriormente? Imóvel, notou que ele perdia as forças e logo o ariano já estava entediado e mesmo enojado.

    Fraco.

    Sussurrou, indiferente  ao fato de que ele poderia escutar ou não. Kain, seu pai, estava certo e agora mais ainda podia notar isso claramente. O amor tornava as pessoas fracas e medíocres. Nero tinha a oportunidade perfeita de o matar e acabar de vez com todo aquele problema, mas tinha sido fraco demais para cumprir com algo que ele nem tinha escolha, no caso uma obrigação. Formando uma expressão desgostosa estava prestes a empurrar o corpo pesado para o lado e tentar ver se o regente de virgem, que agora notava sua presença, seria um oponente mais interessante, quando pequenas... Coisas ou máquinas envolveram seu corpo e então sentiu a energia do regente de aquário praticamente brotar ao seu lado. Fitando aquilo com curiosidade, se perguntou se era sério ou era algum tipo de brincadeira, se realmente pensavam que coisas inúteis como máquinas poderiam lhe parar, até que o peso de Nero foi tirado de cima do corpo e teve o pescoço agarrado com tamanha força, podendo finalmente fitar o aquariano com a expressão mais entediada que poderia fazer no atual estado.

    Será que vou finalmente me divertir? Conseguiu pensar antes de levar um soco no rosto já tão machucado que deveria estar desfigurado e acabou deixando uma risada alta escapar, passando a lingua pelos lábios e sentindo o gosto do próprio sangue. Oras, parecia que sua pergunta tinha acabado de ser respondida. Uma série de risadas tossidas vieram em seguida cada vez que era atingido pelos punhos fortes do ruivo e Heike o fitou com uma satisfação assassina ao ser preso contra a parede e ter o pescoço esmagado daquela maneira. Podia ver a intenção de matar nos olhos do jovem, podia notar o medo emanando de seus poros, o medo de morrer. Queria provocá-lo, queria rir de sua expressão ridícula, mas não conseguia na atual situação, visto que ar nenhum poderia passar pela garganta, mas acabou notando que ele hesitava e isso acabou desapontando o ariano por estar diante de outro fraco.

    Decidido a dar um fim naquilo e parar de perder tempo o encarou direto nos olhos, abriu um sorriso maldoso e forçou a própria energia contra a dele na intenção de deixá-lo fraco e abalá-lo mentalmente. O garoto poderia ser forte, mas agindo daquela maneira, iria morrer. Nunca hesite na frente do inimigo. Sussurrou com a voz quebrada e estranhamente divertida, pronto para desferir um ataque fatal em seu peito quando notou a energia de sagitário se aproximar do local também, seguido quase imediatamente de uma pressão na região do abaixo do peito. Arregalou o olho restante e arfou pesadamente quando foi solto por Zion, direcionando os olhos ao próprio tórax com desespero, vendo a região brilhar com intensidade e uma flecha de energia desaparecendo no peito ao mesmo tempo que o que parecia um sangue negro escorria pela ferida. Droga! Levando uma das mãos ao local, caiu de joelhos e começou a respirar pesado quando o corpo todo a partir dali começou a queimar como se cada célula que tinha estivesse pegando fogo. Sentia a energia do sagitário expulsando a própria do corpo a força, lentamente; assim como a de áries, deixando-o vazio pouco a pouco.

    Sabia o que iria acontecer, sabia que o sagitariano tinha o poder necessário para lhe conter e por infernos, não queria voltar ao fraco inútil que era antes, preferia morrer a passar por isso. Olhou para Ren desmaiando mais adiante e teria ido matá-lo no mesmo instante por fazer tal coisa se conseguisse se mover, mas quando a dor atingiu a cabeça tudo que conseguiu fazer foi gritar numa agonia agonia que não parecia ter fim, a visão escurecendo, logo em seguida desmaiando também.

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