Acompanhou o decorrer das situações e curiosamente um pouco depois de Harold, era a vez de Zion dar um beijo em Heike. Sabia que do irmão de sangue poderia esperar sempre o pior, mas com Zion era diferente. Arthemis nunca soube o que exatamente esperar do ruivo, então, apenas encarou o rapaz se levantar e passar por cima do outro, ligeiramente apreensiva e inquieta. Porém, relaxou ao ver o que aquilo havia se resumido. Ao menos não precisou desviar o olhar e inclusive, achara graça. Mas a graça passou assim que viu Heike girar a garrafa e novamente: caíra nela. Desta vez, o lado do fundo. Péssimo. Quase ficou tonta novamente pela situação em que havia se encontrado, mas ao ver quem havia sido sorteado pelo gargalo, sentiu todo o corpo relaxar de uma vez só.
Rin.
Por diversas razões, de todos ali, aquela era a pessoa que Arthemis poderia de fato se entregar, que sabia que ele não iria fazer nada que a deixasse desconfortável. Mesmo se resolvesse beijá-la da maneira convencional - afinal, não seria a primeira vez. Retribuiu o sorriso sincero que foi dado a si, pacientemente esperando o ato seguinte. Caiu o olhar para baixo assim que sentiu a cintura ser abraçada, percebendo que seu rosto não havia esfriado totalmente da vez anterior, para voltar a esquentar de novo com a aproximação que só aumentava. Mas não estava incomodada e nem realmente constrangida. Acompanhou o selar inicial, retribuindo e seguindo o ritmo ditado pelo loiro, roçando os lábios aos dele. Encolheu os ombros minimamente, apoiando a mão de maneira tímida ao braço que lhe entrelaçava pela cintura. Há muito tempo não sentia aquela sensação íntima, mas não conseguia ficar de outra forma com Rin a não ser relaxada e tranqüila. Ele proporcionava aquela segurança, embora um beijo sério fosse desnecessário para uma brincadeira do tipo que não agradava a nenhum dos dois.
Assim que encerrava o ato, a albina levou os finos dedos aos próprios lábios, tampando-os de maneira constrangida, assim como seu sorriso. Como aquilo não significava nada, realmente não poderia ficar de outra forma a não ser: sem jeito. Era seu melhor amigo e não seria mais do que aquilo se dependesse apenas dela, então não sabia o que dizer, a não ser a dúvida que ficara pela expressão do mais novo ao olhar para um ponto que não era ela. Resolveu que ficaria quieta e ignoraria - o que provavelmente o próprio Rin faria - até notar a movimentação atrás de si mesma. Não entendendo o porquê daquele exagero, deu de ombros e decidiu que seria sua vez de girar o objeto. Se arrependendo logo em seguida, é claro. Se havia se tranqüilizado em ver que o gargalo da garrafa anteriormente havia caído em Rin, ao ver que agora havia sido sorteada de novo e com Lavi... A albina automaticamente escorregou as costas pelo sofá, encolhendo-se. Ao invés de corar, sentiu a testa suar frio. É óbvio que ele não iria beijá-la no rosto ou na cabeça, como queria. Mas só restava esperar, voltando a posição anterior.