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    [#23] Cadeira e Carteira - Adendo da Saga

    Rin Damien
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    Mensagem por Rin Damien Sex Abr 03, 2015 10:39 pm

    Se normalmente já se sentia cansado por trabalhar tanto, aquele dia em especial merecia um prêmio pelo ponto em que uma pessoa poderia permanecer de pé mesmo quando estava sem vontade alguma de se mexer. No fim das contas, mesmo sentindo cada músculo de seu corpo implorar para dormir, não conseguira pregar os olhos na última noite, devido a acontecimentos e aos próprios pensamentos de Rin. Havia procurado remédios para dormir e, não os achando, ainda não quis se dar ao trabalho de sair para comprar; o faria a caminho de casa no dia seguinte. Como não tinha mais capacidade para pensar – muito menos trabalhar, apesar de, de alguma forma, estar funcionando – apenas reclamações surgiam em sua mente. A vida era injusta. Harold era uma droga, em mais de um sentido. Uma coisa da qual não conseguia se livrar. As pessoas eram barulhentas. O paciente de um quarto estava sangrando, é, deveria fazer algo sobre aquilo. Estava fazendo. Após estancar o sangramento e dar a dose certa de remédios a ele, continuou o plantão, um perfeito zumbi vagando pelo hospital. Não haveria energético que o salvaria naquele estado, então estava resignado à presente situação.

    Enfim tendo uma folga, pediu a um dos outros alunos no período de residência para acordá-lo em certo horário no caso de apagar repentinamente. Planejara inicialmente tentar tirar um cochilo, mesmo que no sofá da pequena sala dos médicos, mas ao chegar lá, se reparou com cabelos brancos que coincidentemente sempre apareciam quando precisava. Não tinha pensado em conversar com Arthemis ainda, mesmo que fosse irmã de sangue de seu presente, e constante, problema. É claro, não tinha pensado em nada direito, então em sua mente lenta, imaginava que provavelmente chegaria a fazer aquilo alguma hora; então aproveitaria a oportunidade apresentada. – Ei. – Cumprimentou brevemente, sentando-se ao lado da amiga, o corpo imediatamente aliviado ao ter um breve descanso. – Umas coisas estranhas aconteceram.
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    [#23] Cadeira e Carteira - Adendo da Saga Empty Re: [#23] Cadeira e Carteira - Adendo da Saga

    Mensagem por Arthemis W. Sex Abr 03, 2015 11:53 pm

    Estava desde de manhã no hospital, tendo sido dispensada das aulas do dia para ficar especialmente o dia inteiro completando sua carga horária de residência. Com uma dor insistente nos ombros e nas costas, pelo peso extra que era obrigada a carregar sempre à sua frente, de vez em vez se permitia dar algumas pausas de cinco ou seis minutos, para sentar no sofá da sala reservada para os funcionários. E foi numa destas pequenas pausas que percebeu um outro corpo exausto se sentar ao seu lado. Deixou um “Hm?” sucinto escapar, em resposta a anunciação de chegada de Rin. Sorriu simpática, a companhia do rapaz era sempre agradável. Mas observando-o direito, além de ter ouvido o comentário vindo deste, sentou-se de lado, apoiando-se nessa posição nas costas do sofá, ainda mantendo-se descansada.

    Eu posso ajudar em algo? Me conte o que aconteceu. — Perguntou, interessada e preocupada, conseguindo analisar o estado deplorável que o loiro se encontrava. Ergueu o corpo, vendo que o estado dele não era adequado para se estar trabalhando. Levou a mão até o topo da cabeça do mais novo, depositando uma leve carícia nos fios macios e curtos, na esperança de talvez fazê-lo relaxar pelo menos um pouco. Imaginava se pegar um pouco de café fosse reanima-lo, levantando-se enquanto pedia para que ele esperasse um pouco. Alcançou uma cafeteira em cima de uma das pequenas mesas próximas ao armário da sala, agradecendo pelo café ter sido reposto. Voltava com dois copos descartáveis cheios, para ele e para si. Agora finalmente podendo escutar o que o rapaz tinha a dizer.
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    [#23] Cadeira e Carteira - Adendo da Saga Empty Re: [#23] Cadeira e Carteira - Adendo da Saga

    Mensagem por Rin Damien Sáb Abr 04, 2015 12:25 am

    - Não sei. – Respondeu, sincero, à pergunta. Não achava que Arthemis poderia fazer nada além de ser uma ótima ouvinte, mesmo com o assunto tratado sendo o irmão dela. Contudo, já seria o suficiente; sem falar que sentia que omitira coisas demais de uma das pessoas que mais confiava, nos últimos tempos. Fechou os olhos brevemente com o carinho, se perguntando se era algum tipo de magia que a albina tinha, pois sentia que poderia dormir naquele momento. Encostou a cabeça nas costas do sofá após ela se retirar por alguns minutos do móvel, afundando no mesmo e tendo que se lembrar que estava ali para conversar. Aceitou o copo de bom grado, mesmo que fosse tão útil quanto um energético naquele dia. Ao menos era café, e por isto, agradecera, tomando todo o conteúdo antes de voltar a se pronunciar, olhando o espaço vazio à sua frente.

    - Então. Seu irmão me visitou ontem, querendo... Consertar as coisas. Ele me irritou, mas acho que chegamos a um consenso de que nossas opiniões são diferentes e vão continuar sendo, e voltamos a nos falar. – Algum canto da sua mente questionava onde no inferno achou que aquilo havia sido uma boa ideia, mas estava feito. E não era a parte mais interessante. Hesitou, descobrindo que falar daquilo era mais difícil do que parecia. – E quando estava saindo... Ele me beijou, e disse que gostava de mim. Não acho que tenha entendido até agora o porquê disso. Eu sei que Harold é afetado, mas é só idiotice. Uma que ele podia guardar pra ele mesmo. Porque... Você sabe que tive algo por ele, por um tempo. Não quero isso de volta. Ele é ridículo. – Mesmo que sentisse que era tarde, sentia a necessidade de deixar clara a própria insatisfação com o problema. Já era um peso fora de seu peito apenas comentar o assunto. Fechou os olhos novamente, o copo nas mãos, imaginando que Arthemis apenas concordaria que era babaquice do irmão.
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    Mensagem por Arthemis W. Sáb Abr 04, 2015 10:24 pm

    Sentiu-se ligeiramente apreensiva com a resposta incerta do rapaz, mas convencera-se de que mesmo que não pudesse fazer nada diretamente para ajuda-lo, pelo menos estaria ali como um apoio moral. Também tentaria aconselhar da forma como achasse construtivo para Rin, pois julgava conhecer muito bem o rapaz. Ajeitou-se no sofá, numa posição confortável o suficiente para que pudesse prestar o máximo de atenção no que o loiro se colocava a dizer, deixando-a surpresa por ter a ver com Harold. Certo, sabia sim que seu calouro havia tido uma afinidade pelo outro há um tempo, mas achava que aquilo já estava no passado. Até pela forma com Rin se demonstrou outrora determinado em deixar tudo aquilo no lixo e esquecer. Mas bem, era compreensível. O tipo de coisa que não era fácil de controlar e parecia funcionar de um jeito que só causasse aborrecimentos. Ela própria entendia de certo ângulo.

    Todavia, seria muito, mas muito mais simples resolver o problema dele com um “Ah, você sabe como ele é. Foi mais uma brincadeira de mau gosto, não se preocupe com isso.” Mas é claro que seria mais complicado. Engoliu em seco, olhando de forma avulsa para lados aleatórios, até um pouco assustada pelo que teria que falar ali. Não imaginava ter que participar daquilo tão cedo, mas é claro que seu irmão perceberia a própria situação alguma hora e quando o fizesse, não deixaria passar em branco. Pois muito bem, suspirou, voltando a fitar as íris azuladas e exaustas de Rin.

    Então... — Começou, depois de alguns segundos prévios de silêncio e mais outros posteriores, emendados por um suspiro. — ... Lembra quando havia me dito que não estava disposto a voltar a tratar de assuntos com o Harold? — Perguntou, na tentativa de fazê-lo se recordar da conversa que tiveram quando a garota se encontrava aos prantos naquela mesma sala. — Naquela hora eu preferi deixar quieto, porque não vinha ao caso e seria só mais um aborrecimento pra você... Mas desde alguns dias antes de toda aquela confusão, eu vinha notando o Harold meio... Hm... — “Estranho” seria usual demais para a pessoa tratada no assunto. — ... Diferente. — Foi o máximo que conseguiu para adjetivar de forma correta.

    Ele sempre foi difícil, mas se eu já quase não o via andar pela casa, naqueles tempos parecia até que eu era filha única. E quando ele dava as caras, era sempre com sete pedras nas mãos e reclamando de tudo, até quando não tinha motivo. Parece o normal dele, mas multiplique isso por algumas vezes mais e vai conseguir entender um pouco a diferença... — Tentou explicar, de forma que Rin percebesse. — E bem, a razão pela qual você não deve ter percebido isso, era porquê... Ele voltava ao normal na sua companhia. na sua companhia. E não observei isso apenas uma ou duas vezes, mas em todas as outras que conseguia ver vocês dois juntos. — Terminou dando bastante ênfase na parte importante, suspirando leve ao final e olhando diretamente o rapaz com um certo pesar. No fundo, achava aquilo um pouco fofo por parte de seu irmão que sempre fora tão fechado e tão apático quanto aqueles assuntos. Mas sabia que no caso de Rin, era bastante chato lidar com alguém como ele. “Ele é ridículo” cabia bem ao albino, e nem Arthemis – que de alguma forma conseguia entender a mente arrogante e prepotente do mais novo – poderia negar aquilo.

    Então... Há uma grande chance dele, desta vez... Ter sido sincero. — Finalizou, não sabendo exatamente uma forma melhor de expressar as coisas que seu caçula fazia. Continuou, com um tom de voz ligeiramente mais baixo que o anterior, pois agora a questão envolveria o loiro e discrição ajudava num lugar que a qualquer momento poderia entrar outro médico, ou uma enfermeira. E nenhum dos dois queriam fofocas correndo por todo o hospital. — E você, Rin? Sei que não quer isso de volta. E entendo bem as suas razões, mas... Acha que isso pode voltar?
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    [#23] Cadeira e Carteira - Adendo da Saga Empty Re: [#23] Cadeira e Carteira - Adendo da Saga

    Mensagem por Rin Damien Sáb Abr 04, 2015 11:17 pm

    Talvez não devesse esperar uma resposta imediata, mas após alguns segundos de silêncio, abriu os olhos novamente, voltando-os para a amiga a seu lado. Então. Sentia como se uma pedra houvesse sido depositada em seu estômago, tendo um pressentimento ruim sobre o que estava por vir. Pressentimento que fora provado correto após escutar, em silêncio absoluto, as palavras de Arthemis. Harold estando diferente. Estranho. De mau humor. Quando não estava perto de Rin. Sentia a própria mente cansada demais para realmente entender o significado daquilo, e que ela própria estava tentando manter tudo afastado. Não poderia ser. No entanto, a albina tivera que lhe falar diretamente; havia grande chances dele ter sido sincero.

    Não respondera inicialmente a pergunta feita a si, o silêncio pesado se instalando na sala enquanto o processo de negação tentava reinar em sua cabeça, mesmo que a situação aparentemente estivesse contra si. Uma grande chance não era certeza. Não acreditava que depois do que passara, depois dele próprio ter tido uma queda inútil por Harold, que este desenvolvera algo por si. Teria rido alto da ironia do destino, se o loiro não sentisse que uma ironia maior o estava chutando de volta. Que, de alguma forma, se ele parasse de negar, poderia deixar os próprios sentimentos voltarem e fazer algo sobre aquilo. O problema era não querer. Conhecer bem demais a pessoa e saber que seria a mais pura idiotice gostar de alguém como aquele cara. O problema é não poder escolher.

    Sentia vontade novamente de socar a cara de Harold, mesmo que ele não estivesse presente no momento, e sabia que não pensaria claramente até, provavelmente, dormir um dia inteiro. E havia, no fundo, um medo da conclusão que chegaria quando isso acontecesse. – Eu preciso... Acho que... Me conformar. Mesmo se voltar... Não quero nada disso. Eu posso ignorar. E tenho certeza que ele vai superar, também. – Seu tom era igualmente baixo, contendo uma irritação sutil direcionada ao mundo a sua volta. Contudo, havia uma pequena confirmação na frase, que esperava que Arthemis entendesse. Não sabia se conseguia falar aquilo diretamente em voz alta.
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    [#23] Cadeira e Carteira - Adendo da Saga Empty Re: [#23] Cadeira e Carteira - Adendo da Saga

    Mensagem por Arthemis W. Sáb Abr 04, 2015 11:55 pm

    Mesmo que a velocidade com que costumava demorar para entender as coisas que não lhe eram ditas diretamente, Arthemis conseguiu perceber o enorme processo de negação que Rin estava se colocando. Não era difícil notar, mesmo para a garota, que o que ele queria e o que ele pensava sobre aquilo eram coisas que se divergiam completamente. Mas bem, mesmo que Harold não fosse o melhor partido que alguém poderia querer, os dois tinham algumas coisas em comum que poderiam ser relevadas. Além de que, se ambos se correspondiam, mesmo que tivessem ideais diferentes, nada os impediria de tentar. “Eu posso ignorar”. Então ele já tinha o que ignorar. E precisava mesmo fazê-lo? Não sabia o quanto seu irmão teria irritado Rin quando fora a sua casa, mas pelo visto, não havia sido pouca coisa. Além do estado do rapaz ser algo que nunca vira antes, prova que ele não tinha conseguido dormir. Conhecia bem seu amigo e assim como ela, mesmo se enchendo de energéticos e café para aguentar o dia-a-dia de estudos e trabalho, sabia que Rin não tinha dificuldades para pegar no sono. Se a culpa daquele cansaço, em parte, fosse o caçula, é claro que o outro não estava exatamente disposto para considerar qualquer coisa. Mas ainda assim, arriscou dizer o que pensava sobre.

    Rin, sei bem de quem estamos falando, mas não está sendo muito pessimista? Quero dizer: não é só você que tem certeza de que ele vai superar isso. Mas talvez... Pense por outro lado e enxergue que não tem nada que te impeça de tentar ao menos... Algo. — Sugeriu, deixando em aberto o que o loiro poderia entender da maneira que bem coubesse. — Vocês dois se davam bem e Harold sempre foi de gostar de confusão. Perto de você ele costumava ficar mais sossegado, sabe? Você tem uma influência boa sobre ele e tenho certeza que ele próprio sabe disso, embora não admita. E bem, antes de todo esse aborrecimento, você também sempre pareceu considera-lo um bom amigo... — Refletiu para o rapaz, pousando a mão sobre a dele delicadamente e o olhando com firmeza, reforçando a voz, embora ainda a mantivesse baixa.

    Mas, bem. Para pagar a ajuda que me deu noutro dia, eu vou cobrir o seu horário hoje, porque você não está disposto a trabalhar neste estado, Rin. Mas me prometa que vai descansar e vai pensar sobre isso depois. Mas... Eu conheço bem, bem até demais, o meu irmão. Então, caso decida seguir com isso de forma positiva... Não demore. — Tentou fazer aquilo parecer mais um aviso do que qualquer forma de pressão. Mas tinha bastante noção que Rin não iria gostar nada de começar a nutrir de novo quaisquer sentimentos por Harold e se ver de novo na primeira situação. E tinha certeza que o albino queria mais é esquecer, então, teria de partir do loiro.

    Sorriu, depositando um leve beijo no rosto do calouro e o encarou com serenidade, pedindo com olhar para que ele saísse dali direto pra casa para descansar. Levantou-se já estando descansada, limitando-se apenas a espreguiçar de forma curta. Não havia dado espaço para que ele discutisse sua proposta, então ajeitou o jaleco e deu um último gole em seu café, antes de jogar o copo descartável no lixo e sair. Tinha muito mais trabalho do que já estava designada a fazer, mas era pelo bem de seu melhor amigo. Então faria disposta.

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